segunda-feira, 31 de março de 2008

da síndrome da "resposta inesperada"



"Dear Thiago

Thank you very much for getting in touch. I am very glad that you
enjoyed my book and only sorry that only the condensed version is
available in Portuguese, not the full version.
It certainly makes all the hard work and heartache of writing it
worthwhile to hear from others who have taken inspiration from it.
I wish you well in all the challenges that you face in your own life
and hope you have success in every venture.

Thanks again for taking the trouble to write.

Kind regards
Jamie"


Os acontecimentos inesperados são os que mais dizem a nós. Bons ou maus, são os que melhor nos ensinam.

Eu esperava só uma resposta padrão. Fiquei sinceramente feliz por estar enganado. Votos assim pra todos nós.

:)

Pra entender melhor.


sábado, 29 de março de 2008

da síndrome do "olho de urbog"

Uma vez ouvi numa mesa de rpg, que os vilões são dados a injustiças. Então hoje, quero falar sobre um vilão.

Dentre os decks que eu tenho um deles tem o "olho maligno de urbog". Pode parecer uma estratégia arriscada. Cinco manas (4-I/1-P), criaturas que não sejam do tipo olho não podem atacar, tem toque mortífero e é uma 6/3. O toque mortífero não parece grande coisa (afinal muita coisa morreria só com esse poder 6 dela), mas se a estratégia adversária for baseada em barreiras ou criaturas com grandes resistências a coisa muda de figura. Contudo, ele ainda parece isolado e sem propósito.


Contudo, parafraseando sun tzu, um exército sem olhos não pode enfrentar seu inimigo. Criaturas como o olho precisam de seus pares. O irmão mais velho dele é bem mais antigo. Logo quando ele saiu (à época da "legends") a estrutura de carta baseada em tipo ainda não estava totalmente definida e era muito imprecisa. Depois de organizada essa estrutura ela primeiro foi considerada uma "horror type". Foi só com a "time spiral" que ela passou a ser considerada uma criatura do tipo olho. Apresento-lhes o motivo pelo qual não se pode tirar o olho de urbog de um deck (essa foi a injustiça a qual me referi no início): O olho maligno de orms!


Não permite bloqueio (a exceção de barreiras) e com o seu 3/6 é a defesa ideal!

Claro que não faria mal colocar uns morfolóides que por serem todo tipo de criatura, também são do tipo olho e criaturas negras que se possa sacrificar para ajudar os olhos a brilharem. Não extamente a mais forte das combinações, mas é uma das mais interessantes. Um conselho: Sempre mantenha seus olhos na batalha (e isso não vale só pro magic).


quinta-feira, 27 de março de 2008

da síndrome de "nazaré"



Hoje em dia, muito se fala sobre pirataria e os problemas que cinemas e gravadoras estão tendo. Fala-se de milhões sendo perdidos. Afinal realmente deve doer no bolso quando um cd que tem um preço médio de fabricação de $ 4,00, fica encalhado nas prateleiras porque ninguém se dispõe a pagar os R$ 50,00 que são cobrados (e mesmo nas mais grotescas cotações, a diferença é grande!)

Há pouco no jornal local da rede globo, a notícia do desmoronamento do cinema nazaré foi repassada. A primeira apresentação foi ontem. Uma das mais antigas e belas salas de cinema do brasil desmoronou. O motivo foi apenas um: um acidente.

do lat. accidente

s. m.,
acontecimento fortuito;

percalço;

desastre;

infelicidade, revés;
Retirado do dicionário virtual priberam

Ora, se foi um acidente (como disse nosso famigerado jornal local), não foi culpa de ninguém correto?

Pois bem, a PORTO SALGADO ENGENHARIA LTDA, empresa do nordeste brasileiro, foi avisada duas vezes pela delegacia regional do trabalho. No primeiro aviso, em 8 de fevereiro, foi constatado a falta de utilização de equipamentos de segurança, a falta de cuidados nos sistemas elétricos dentre outras irregularidades.

Um jovem de 23 anos foi levado ao hospital com fraturas expostas na perna e no braço, ele caiu de dez metros e ficou sob escombros por muito tempo. Ele teve sorte, um incêndio seria muito pior pra ele.

A empresa não pagou os direitos dos 62 trabalhadores que ela trouxe do nordeste, os alojava em salas improvisadas nos fundos da obra e dispensava aos trabalhadores uma condição sub-humana, sem nem mesmo os cuidados básicos de higiene e conforto.

Acidente.

Não, a empresa não foi a responsável pelo fechamento das portas do cinema nazaré. Foram os lucros que não cruzaram aquelas portas. Num momento onde não vamos mais a cinemas e sim a shoppings, onde não fazemos fila no sol e na chuva pelos ingressos, mas vamos comer uma pizza e ver se esta passando um filme legal, a resistência do cinema nazaré foi heróica.

Falamos de pirataria de filmes, mas a verdade é que deixamos de amá-los. Apenas estamos com eles por conveniência, por comodidade. O cinema nazaré era uma testemunha disso. Ele ia se transformar numa loja de departamentos. Digo ia, pois ele não existe mais, não pra mim. Na minha mente ele sempre será o imponente teto de gesso que vazia lembrar um céu emeranhado onde imagens e sons se impregnaram, o mar de assentos que como ondas te atiravam na direção do filme, o ar elétrico que sempre esteve no corredor que antecipava o êxtase de uma estréia. Pra mim ele será assim.

Queria dizer que ele caiu de dor e vergonha. Mas a verdade é que não houve algo como um "acidente". Tudo foi um processo que culminou na notícia de ontem e de hoje.

Hoje é dia mundial do teatro. Fantasias irmãs.

Hoje é aniversário do ver-o-peso (381 anos). Memórias irmãs.

Em respeito ao luto da queda de um, o silêncio pela persistência do outro.




Projetores sendo retirados.
Até outra vida, quando formos ambos gatos.

Dessas e outras imagens, belém centro
Dessas e outras impressões, 100grana



quarta-feira, 26 de março de 2008

da síndrome da "vida por inteiro"

Cinco dias se passaram em completa escuridão e frio. Noites, manhãs, tudo apenas é um conjunto de memórias borradas, as únicas certezas são o frio enregelante e o vento forte dos alpes franceses. A consciência podia oscilar entre o real e o imaginário, mas em ambos, a forte tempestade que aprisionou jamie andrew e seu amigo no topo das droites estava presente.

Essa é a história de jamie andrew que ele conta em seu livro "por inteiro" (life and limb). Uma história de superação. Claro que existem muitos exemplos de superação em livros, filmes e qualuqer outro meio possível, mas na história dele em específico o peso das cicatrizes emocionais e físicas que ele trouxe consigo da montanha, e a crueza com a qual ele nos permite dividir cada sensação, cada medo, cada sucesso e fracasso, faz com que a história seja nossa também.

Nunca aceitar a palavra impossível. Nos últimos meses tenho pensado muito sobre o medo que sinto de encarar meus próprios desafios. Meu medo é de duas palavras: futuro e estagnação. Eu as vejo como partes de uma balança.

Tenho medo do futuro, por que não sei o que fazer com ele! Não sei se vou conseguir trabalhar no que gosto, se de fato gosto do que acho, se vou conseguir vencer os meus desafios internos e pessoais e de muitas outras coisas. Tenho medo do futuro por que ele é etéreo demais para se apoiar nele.

Tenho medo da estagnação por que ela me ameaça do canto do olho. Cada vez que questiono o futuro sinto medo dela e da resposta fácil que ela representa, tenho medo de me acostumar a ela e me deixar vencer.

Sei que devo fugir da estagnação com prudência e enfrentar o futuro com responsabilidade. Mas tenho medo de falhar nisso.

Há uma seqüência no livro em que jamie tem dúvidas se ele está pronto pra enfrentar o mundo fora do hospital. Ele se questiona e se vê com muito medo do que o aguardaria lá fora. Basedo nesse medo ele decide: É hora de sair.

Não em envergonho de sentir medo. Creio que é natural (ao menos em mim o é), me envergonharei se um dia eu deixar o medo me controlar, se eu não encará-lo e tomar uma decisão tão parecida com a de jamie. Não posso ser prepotente e afirmar: "Eu consegui", mas posso dizer com segurança: "Não estou sozinho, não vou me entregar".

O dia de hoje, pelos vinte meses que representa e pela leitura final do livro me fizeram pensar no quanto as pessoas ao meu redor são importantes pra mim, no quanto eu posso fazer. Se eu sinto medo do futuro e medo de estagnar, só uma coisa há a fazer: Enfrentá-los com tudo o que eu tiver, e sei que minhas palavras não me trairão!




terça-feira, 25 de março de 2008

da síndrome do "dia deu em chuvoso..."



Tenho a sensação que todas as vezes que volto a belém, não importando de onde venho, a cidade me recebe cinza.



Como amazônida, sei que a palidez da manhã e a chuva fina pela madrugada significam: um sorriso.



São por manhãs assim que amo essa cidade úmida! É como uma irmã temperamental (entendo disso muito bem), te fecha a cara, te provoca, e quando pensas que vais ter um dia horrível, te sorri com ternura.



Minha cidade úmida, sinto tua falta todo dia!





belém, durante a chuva
aquarela, 40x28cm, 1998
jorge eduardo



quarta-feira, 19 de março de 2008

da síndrome dos "valores"



פסח

A primeira manifestação da páscoa simbolizava libertação. O povo de israel, que a época era apenas um conglomerado de ex-escravos, comemorava não somente a libertação física, mas também a libertação espiritual. O peshac simbolizava que Deus, os havia escolhido, nunca mais haveria servidão.

Isso foi em 14 de nissan, no primeiro ano do calendário judaico.

Uma outra importante páscoa, que ainda se expande a nós, foi a que ocorreu com o acompanhamento da morte e ressurreição de um homem. Até hoje os cristãos a comemoram. Ela simboliza que a liberdade é possível. Se a primeira páscoa era para os libertos, a segundo se estende aos escravos. Ela fala que é possível ser livre, ela fala que a impossibilidade é uma convenção.

Isso foi no 30º ou 33º ano de nossa era.

Hoje a páscoa é um feriado.

***

Não me levem a mal, não quero ser legalista aqui, a síndrome dos "valores" não é ligada ao que eu acredito, ou ao que individualmente você acredita. Ela é a síndrome de mudar nossos símbolos e valores. O que é bonito o que é feio o que é piegas o que é puro. A síndrome dos valores apenas nos diz uma coisa: "Os rótulos são convenções". Sempre em mudança, como a páscoa... como tudo o que vocês lêem aqui, até mesmo esse texto.

Até 24-3

terça-feira, 18 de março de 2008

da síndrome dos "pensamentos repetidos"

Admito, os créditos não são meus. Mas nesse espaço livre de censuras que é a internet, todos temos síndromes. Nesse espaço sem alter ego que é a vida, todos temos síndromes. Como diria minha irmã: "c'e la vie".

Bom, mas o fato é que de fato a síndrome não é minha, ou o é? Mas eu só a repito, a transcrevo (então é minha, mas se é minha...)

Já imaginaram todas as formas possíveis e seguras e corretas e bonitas de se viver? Pois é, são belos modelos, que repetimos, e repetimos e repetimos. E passamos nossos dias a olhar pra um espelho do que seria legal se fôssemos.

Pessoa (fernando) uma vez disse que se alguém conseguisse escrever a história do que teria sido, essa sim seria a verdadeira história do ser humano. Por que todos temos medo de ousar o que teria sido, preferimos repetir a fórmula que deu certo e nos recusar a ousar a não tentada, e ainda a rotulamos: "tá fazendo besteira", "você tá errado", "sonhador..."

Em geral sou orgulhoso de minhas síndromes, as ostento como pedaços de mim, como meus pendões. Mas dessa não. Dessa tenho asco! Quero parar de pensar repetido! Preciso!

Fora com as decisões seguras! Fora com as pós-graduações em casa! As favas com o amar o que é fácil e desprezar o sonho só por que parece impossível! Uma das minha mais felizes decisões compartilhadas da vida foi tentar o impossível, e nunca o impossível foi tão certo e tão doce!

Se o contador estiver correto já virão estas síndromes mais de dois mil, pois bem lhes peço uma coisa: Se me virem pensando repetido, me batam na cabeça com o maior ímpeto que puderem!

EVOHÉ!



Sigamos, ainda que tenhamos que quebrar o espelho!





segunda-feira, 17 de março de 2008

da síndrome da "descrença"

Nagiri - Tu não podes ter aprendido a jogar go.

Komi - Claro que aprendi!

Hoshi - Japoneses levam anos pra isso!

Shicho - Aprender a mover as peças é uma coisa, se aprimorar é outra. Eles levam anos pra se aprimorar...

Ko - Quero ver tu jogando com alguém que saiba...

Ko - Por que?

Atari - Porque tu vais chegar num ponto que o cara vai fazer algo, e tu vais perguntar: "o que é isso?" e ele vai responder: "ah, é uma jogada básica do go".

Kakari -Eu aprendi a jogar...

Uchikomi - Sei... Alguém no shogun deve saber...

Semeai - Mas eu sei!

Shimari - aham...

domingo, 16 de março de 2008

da síndrome de "sonhos, sonhos são..."



"A china suspendeu autorizações de viagens de estrangeiros ao tibet por 'preocupações com a segurança', informou a mídia estatal, e tropas bloquearam a capital lhasa para tentar impedir a repetição dos episódios de violência de sexta-feira, os mais sérios em duas décadas."






“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.

Deus quis que a terra fosse toda uma,

Que o mar unisse, já não separasse.

Sagrou-te, e foste desvendando a espuma.

E a orla branca foi de ilha em continente,

Clareou, correndo, até ao fim do mundo,

E viu-se a terra inteira, de repente,

Surgir, redonda, do azul profundo.”

fernando pessoa







Sonhos...



da síndrome de "gotham"

Recentemente um dos maiores jornais de circulação aqui em belém realizou uma enquete perguntando qual era o filme mais esperado. Batman the dark knight. Esse é minha resposta.

Quando resolvi sentar pra escrever sobre o batman não consegui decidir em que categoria iria colocá-lo. Se filmes, ou hq, ou anime ou lenda... a obra de kane e finger (1939), o desenho de foster (1932) perpassou a esfera das hqs. Batman é muito maior que isso.

Por isso não poderia escrever diferente. Sim, eu apoio harvey dent, ele vai limpar a corrupção de gotham, por onde quer que você olhe a única coisa que se vê é corrupção! Olhem o que aconteceu com a gina? Vocês acham que ela merecia isso? Vocês acham que não é nossa responsabilidade? Esse é o pior tipo de corrupção.

Até quando a gente vai ficar calado? É por isso que quero usar esse espaço pra chamar você, nós somos a resposta! Nós temos que nos mover, não podemos nos calar. A polícia não é nossa inimiga, mas ela está nossa inimiga! Temos que demonstrar nosso apoio as forças de segurança de gotham, mas temos que combater a corrupção que a corrói! Batman é um exemplo que temos que seguir! Combatendo sem descanso, leiam o the gotham times, vejam o que ele fez. Não pode haver silêncio!

Se você enfrenta um, você enfrenta toda gotham!



como eu disse, muito maior que a obra;

http://www.ibelieveinharveydent.com/

http://www.gothamelectionboard.com/

http://warnervideo.com/batmangothamknight/

http://thedarkknight.warnerbros.com/videopage.html

http://www.atasteforthetheatrical.com/

http://www.thegothamtimes.com/

http://www.thehahahatimes.com/

http://www.rememberinggina.org/

http://gothamnationalbank.com/

http://www.wearetheanswer.org/

http://www.gothampolice.com/







sábado, 15 de março de 2008

da síndrome do "corte"


... e a lenda continua, e termina (?)

A grama seca fazia um barulho ritmado que ajudava ao capitão a organizar seus pensamentos. Traição, essa era a palavra, do reino, dos nobres, e por fim de sua própria consciência. Teria de seguir a ordem do duque e prosseguir por aquele caminho. A morte era apenas uma questão de tempo. O que tinha acontecido? Era difícil dizer, mas agora só havia uma única coisa a se fazer.

É como dizem no go, explore a linha de defesa do inimigo, se encontrar uma brecha, corte!

Não era o fim, pensou o capitão com um sorriso, era o princípio.






sexta-feira, 14 de março de 2008

da síndrome do "go"



Recentemente adquiri mais um vício. Creio que a influência oriental ajudou bastante. Go é um tipo de xadrez praticado nos países asiáticos. Ao que parece lá a coisa é levada bem a sério. O mangá "hikaru no go" e um conto chamado "o macaco de pedra" chamaram a minha atenção nos últimos dias, ambos falam de go (sob certas alegorias).






"Colocar as pedras é como criar mundos, o tabuleiro é como se fosse o universo"

"No wei-chi quanto maior o equilíbrio entre os dois jogadores, mas interessante o jogo se torna"





Acho que só quero aprender o go por causa das alegorias que representa. É interessante ver que meu fraco ainda continua sendo paródias da existência. Falta saber se eu me sento e vejo a vida refletida num lago ou num espelho.

O lago distorce a imagem que reflete, e o faz muito mais com a imagem de quem observa. Quando se vê a vida através dele, você vê o que suas percepções permitem, você vê o que você quer ver. Mas você nunca tem a realidade estática e amorfa. Ela se molda e se mescla com a existência que há sob o lago, e seu mundo escondido povoa o reflexo.

Já no espelho a imagem é mais precisa, é exata. A visão é clara e nítida. Mas desnecessária, posto que nada te apresenta de importante ver a vida como o reflexo morto que o espelho oferece.

Um sábio uma vez disse que a resposta desse enigma é ter diante de si um lago plácido. É uma boa resposta, e um bom desafio.

Pra você essas síndromes não são alegorias de algo também? Sim ou não, assim que for aprendendo o go explico aqui, e quanto a minha pergunta final despropositada: "No wei-chi... os dois jogadores, diante do vazio, avaliam os pontos que acreditam vantajosos. Pouco a pouco as áreas esquecidas desaparecem"

Boas alegorias pra vocês!


quinta-feira, 13 de março de 2008

da síndrome dos "treze pecados"

Fé, esperança, caridade, temperança, fortaleza, prudência e justiça. As sete virtudes cardinais. Elas ganharam notoriedade pelas linhas de um poema (que eu não conheço) de aurelius clemens. Onde estas disputavam com os sete pecados capitais.

Na realidade elas estão divididas em dois grupos. O primeiro é o das virtudes teologais, são elas: a fé, a esperança e a caridade. São derivadas de 1ª coríntios 13:13, e tem este nome pois se referem a figura do próprio Deus. Além de representarem a trindade perfeita, tanto pelo número quanto pela atuação conjunta de cada virtude, elas são ditas como as mais importantes pois falam da força do impossível (fé), da certeza do possível (esperança) e da união do improvável (caridade ou amor)


"Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor (...)"
1ª coríntios 13:13 - catedral do méxico

O segundo grupo representa as virtudes cardinais, que somado com as virtudes anteriores não muda de nome. Estas se referem aos aspectos morais da raça humana. As primeiras nos dizem como adorar, estas últimas nos dizem o que praticar. São temperança, fortaleza, prudência e justiça.

Não sou católico, mas sempre gostei da forma como se divide nesse credo as virtudes. Creio em minha fé que todas as virtudes são indissociáveis (gálatas 5:22 e 23). Mas gosto de pensá-las pelo credo católico. Sete pecados e sete virtudes, equilíbrio, liberdade de escolha. Ao menos era assim.

Hoje, além das sete contra-partes das virtudes, os pecados capitais tem o reforço da poluição, da manipulação genética, das desigualdades sociais, do dar causa à pobreza, do acumular riquezas em demasia e de usar drogas. Mantiveram o número simbólico, de 7 para 13.

O que de fato isso mudou? Desde o século XVI houve menos raiva por ter sido a ira declarada como pecado capital? Por acaso não nos esmeramos em formas de ira que levavam a morte e a destruição? Ou fomos mais despojados posto que a avareza é um dos 7 inicias? Gosto do jeito que se dividem as virtudes, tem um sentido e um significado. Simbólico, mas ainda um significado.

Contudo, fico feliz. Após a declaração dos pecados capitais (os primeiros) nos esmeramos em praticá-los. Agora quem sabe, com essa nova proclamação, a manipulação genética encontre a cura para o mal de alzheimer, e lá vou eu sendo egoísta...



mais lugares à mesa...


Religião é um tema incômodo. Mas dessas síndromes da vida não deixo de manifestar a dos 13 pecados. Pomposas ações, nenhum resultado.



quarta-feira, 12 de março de 2008

da síndrome de "há muitas horas..."

"As palavras são chaves de segredos. Primeiro da fala através da escrita e depois dos sonhos através da realidade"



Conta a lenda que em um reino distante e longínquo, houve uma aliança que trouxe unificação e paz, até certa medida. O soberano dividiu seu reino entre as autoridades de seus nobres. Todos deveriam, por fidelidade e por bom senso, colaborar uns com os outros pois era a mesma bandeira que se desfraldava por sobre cada castelo.

Um certo capitão de guerra de nome ignorado recebeu a incumbência de cruzar campinas e pradarias para alcançar o litoral daquele reino. A determinação foi que o capitão levasse suas tropas pelas terras de um certo duque.

Contudo no decorrer da marcha, o caminho traçado se provou nefasto. A ausência de chuvas e caças boas ameaçava com a fome aqueles soldados. O capitão, talvez seguindo o preceito de sun tzu de que em campo o general é soberano (possivelmente essa referência oriental não faz parte da lenda), requereu humildemente ao duque cuja terra atravessava que lhe fosse permitido desviar o caminho ao leste, para mais próximo dos bosques e assim mais próximo de caças e riachos.

O duque não apenas se negou a permitir tal deslocamento, como ainda ameaçou com a acusação de traição o capitão se assim procedesse, este tinha diante de si a ingrata escolha de decidir entre a obediência a uma ordem legítima, porém impraticável ou aventurar-se a incorrer no desagrado da realeza mas seguir o caminho mais estratégico.

A lenda ainda não terminou, ela aconteceu há muito tempo (horas) atrás, e o capitão ainda não sabe o que decidir.




Conclui sábado (15-3-2008)

domingo, 9 de março de 2008

da síndrome de "anhangá"


ANHÃ, s.c. Ã-nhã, a alma errante, o espírito que anda vagando; o gênio andejo, o diabo. Alt. Inhan, Inhang. Aignan, segundo J. de Léry.

ANHANGÁ, s. o diabo, o mau espírito.

ANHANGABA, s. a ação do diabo, a diabrura, o malefício. Alt. Anhangá.

SAMPAIO, teodoro. O tupi na geografia nacional. 3.ed. [S.l.]: Escola de aprendizes artífices, 1928, 352 p.
Como visto, a figura do anhangá tem uma conotação negativa, não importa o nome por quê se chame (ingage - hans staden, aygnhan - jean de léry, mbaaíba - gonçalvez dias). Em todos eles, o estudo etimológico mostra as idéias associadas: vingança, retribuição, terror.

Em algumas obras o anhangá era confundido com jurupari, e ambos se tornavam um só, assumindo os aspectos da vingança e do pesadelo.

Era representado mais comumente por um veado todo branco, entretanto havia vários tipos de anhangá (aqui uso essa escrita mas há outras), um para cada tipo de animal que vingava e protegia. Confirmando essa tese há um relato no livro "geografia dos mitos brasileiros" que fala sobre os tipos de espírito/totem de vingança.

Diz-se que o anhangá também era o responsável pela guia das almas dos mortos (possivelmente o mito da ave chamada de "rasga-mortalha" tenha surgido de um dos totens e/ou aparições do anhangá).

Entretanto a cultura indígena mostra que no primórdio o anhangá não é maligno. Ele é retribuidor, ou seja, ele é perigoso pra quem é perigoso. Uma das formas de atrair o anhangá era, por exemplo, caçar fêmeas grávidas.

A lição é simples, não trate a existência como se ela fosse sua serva, converse com ela, aprenda com ela.

Na grécia havia três senhoras, as *r*n**s (diziam que falar seu nome era convocá-las), elas eram também chamadas de eumênides (as de bom temperamento). Talvez o nome mais conhecido delas seja: "as fúrias". A idéia era a mesma, elas deveriam ser apenas "más" com quem era "mau". Mas no final, como o anhangá, se tornaram malignas para todos os seres.

A bíblia diz que Deus prometeu poupar uma cidade inteira se ele encontrasse lá ao menos cinco justos. Ele encontrou só um. Acho que o anhangá pensa a mesma coisa, não precisa se preocupar, ele pode exercer seu trabalho de totem/espírito da vingança tranqüilo, as chances de ele errar são desprezíveis.

Sim, os indígenas tem uma figura que fala de perdão (no cristianismo todas as facetas são aglutinadas em Deus, o bom e o justo). Eles sussurravam: "juáca-tupãna!" (Deus do céu!)

Não, nem sempre funcionava.

"Ando com a lanterna ao meio-dia a procurar um justo" - diógenes (412 a.C. - 323 a.C.)






sábado, 8 de março de 2008

da síndrome de "por um outro dia"

Dessa vez os mangás vão esperar, já tivemos o luto, agora a comemoração.

O dia internacional da mulher, comemorado hoje, é uma data em que se mostra apreço e respeito pelas mulheres que nos cercam... Não é bem assim.

Em 1857 no dia 8 de março operárias em nova iorque protestavam nas ruas por causa das más condições de trabalho e dos salários reduzidos.

Há 100 anos atrás, nesse mesmo dia, 15.000 mulheres marcharam sobre a mesma nova iorque exigindo condições de trabalho, direito de voto e redução da jornada de trabalho.

O primeiro dia internacional da mulher na realidade foi comemorado em 28 de fevereiro de 1909 através de uma declaração do partido socialista da américa. E em 1910 a primeira conferência internacional sobre a mulher, com a direção da internacional socialista foi realizada em copenhague. Foi nessa conferência que foi estabelecido o dia internacional da mulher na data que hoje se comemora.

Entretanto em nossas sociedades esquecemos esse dia. Não como a data, mas o que ele representou. Esquecemos a memória de inúmeras mulheres que oprimidas se revoltaram contra seus opressores se recusando a ficar em silêncio. Eram mães e irmãs e filhas e mulheres em toda a complexidade e amplitude da palavra. Em memória delas o dia de hoje foi instituído, em lembrança a elas e a sua luta

Em um outro lugar no tempo no dia 18 de fevereiro (calendário juliano) ou 8 de março (calendário gregoriano). Grupos de mulheres despedidas de fábricas se agruparam e marcharam sob as ruas de são petersburgo. Elas não tinham uma líder. Todas em comum lideravam (a utopia máxima). Ali não era um momento de simples revolta, era o embrião de uma revolução que marchou em sangrou por aquelas mulheres. Os soldados do czar as encaravam com armas e perguntavam pela sua líder, elas respondiam que as liderava "a mãe e a irmã de soldados do front, pois somos da mesma família, vocês e nós".

Foi um outro lugar no tempo, talvez esquecido.


da síndrome do "luto"

Na manhã de 4 de março de 2008 o mundo do rpg escureceu um pouco. Gary gygax morreu. Ele ajudou a criar o sistema de rpg mais famoso no mundo inteiro; o D&D (depois AD&D, e D20). Na minha ignorância eu apenas soube hoje. Portanto é quando escrevo.

Gygax, com 69 anos, morreu pela manhã em sua casa em lake geneva, wisconsin. Além de desenvolver o D&D g. gygax escreveu vários contos correlatos ao tema, jogos de tabuleiro e uma infinidade de participações na construção do sistema de fantasia medieval mais famoso da história, escreveu a base do suplemento de regras da transposição mais completa já utilizada para representar a narração. Storyteller, gurps, daemon, coda, magic, todos devem, ao menos em inspiração, um agradecimento.

Depois de 1985 ele não estava mais tão diretamente ligado ao sistema em si. Suas relações com a antiga companhia foram complicadas a princípio. No meio tempo de cada simpósio, feira de convenção e presença acirrada com perguntas e outras manifestações, gygax já vinha tendo problemas de saúde há algum tempo.

Existe muita coisa que eu gostaria de falar a ele. Vou parodiar richard burlew e dizer que tampouco me sinto digno de falar em nome de todos os rpgistas que foram influenciados pela sua obra.

Mas depois dessa falha no meu teste de resistência de vontade eu vou falar:

"A principal contribuição do rpg a mim foi a imaginação. Não que já não a tivesse, mas a capacidade de tornar o sonho semi-sólido, só o suficiente para que eu pudesse correr sobre ele, mas não resistente demais ou eu nunca o teria moldado. Isso o rpg trouxe a mim. A obra de gygax trouxe a mim. Devo desertos causticantes, olhares oblíqüos de inimigos e aquela sensação de se defrontar com criaturas muitos NDs acima do que eu devia, e sentir que havia uma chance. Obrigado gary, pelos magos sábios, trolls persistentes, elfos orgulhosos e anões mal humorados. Obrigado pelas tavernas e pelas cavernas. Obrigado pelos calabouços e dragões. Obrigado pelos sonhos!"

Pelas minhas concepções religiosas sei que ele não saberá das palavras que escrevi. Mas enquanto este blog existir, ficará a memória do meu agradecimento e de meu luto tardio.

A todos nós, um 20 natural em profissão (jogar rpg) com um bônus de + 15 de circunstância. Devemos isso a ele.



e. gary gygax
27.7.1938 - 4.3.2008


sexta-feira, 7 de março de 2008

da síndrome da "ânsia" ou da síndrome da "esperança"

Daqui a mais algumas horas o próximo capítulo de naruto e bleach vai ser lançado na internet. Devo confessar que sinto ânsia (ou ansiedade?) por lê-los. Não são meus preferidos, mas são os que acompanho agora.

As histórias vem se arrastando há um tempo. Em naruto uma luta que deveria ser o apogeu de uma saga está lenta e interminável. Foi muito boa, ao menos por alguns capítulos.

Em bleach a sensação de que ainda falta muito e o fato das relações não se desenvolverem, desmotiva.

Mas o que posso fazer? A esperança - esta tola senhora que se apega a você e fala sobre a vida - é imperiosa e não se vai cedo. Fica, como uma convidada que não percebe que é a última do salão. Espero que possa me surpreender. Que minha ânsia seja apenas antes de ler e que não persista (ja por outra razão) depois de mais uma continuação (será?). Enquanto isso fico eu aqui ouvindo as suas histórias. Me acompanham?

Alea jacta est! A sorte está lançada. Quebre a perna. Qualquer coisa, mas por favor me surpreenda!

Bleach

Naruto

quinta-feira, 6 de março de 2008

da síndrome de "hello, benjamim..."

Como o próprio nome da síndrome deve ter entregado, recentemente assisti "the graduate". A tradução para o português ficou em "a primeira noite de um homem". O filme é de 67 dirigido por mike nichols, o único ator que reconheci foi dustin hoffman em início de carreira. Mas soube depois que as duas atrizes que personificam o triângulo amoroso com ele são anne bancroft e katharine ross (creio que mrs. robinson e elaine robinson respectivamente).

Nele um jovem recém-formado (benjamim braddock - dustin hoffman), se vê as voltas com todas as incertezas de alguém que não sabe que passos dar pra seguir a sua vida sem se escravizar pelo modelo que os pais impõe a ele. Para completar, a esposa de um amigo de seu pai, mrs. robinson, tenta seduzi-lo.

É uma comédia romântica que fala muito sobre juventude e conseqüências de ações. Um boa pergunta que define o filme é: "até quando é tarde demais para seus sonhos?"

Devo agradecer o filme ao prazer e gosto que minha irmã tem pelos clássicos (easy rider, clockwork orange e etc).

A trilha sonora de simon e garfunkel marcou tanto em 67 quanto na tarde de ante-ontem em 2008. Sounds of silence.



Falei sobre um pergunta que definiria o filme, mas existem outras. Somos escravos de nossos erros e escolhas? Não há redenção? Só nos resta desistir?

Sempre pensei na vida como cheia de momentos decisivos, que representam uma ida sem volta. Faculdade, emprego, casamento. Sempre acreditei que esses momentos são como cadeias, prisões que iriam dizer como deveríamos viver nossas vidas pelo resto dos dias que nossas vidas tivessem. Em 2004 mudei.

Somos tão escravos desses momentos quanto desejamos ser. Ainda tenho medo em relação a alguns deles, tenho inseguranças quanto ao meu futuro (principalmente no aspecto profissional). Mas (acho que) entendi que esses momentos são decididos a cada dia. Você se casa a cada dia com a mesma mulher por toda a sua vida, você escolhe todo o dia o seu trabalho e aquilo que vai te fazer feliz e não meramente te sustentar, você decide a cada dia que tipo de faculdade vai querer fazer ou que tipo de pessoa a faculdade vai fazer de você.

A teoria - acreditem eu sei - é linda, a prática é diferente... será? Cabe somente a você decidir que não é tarde demais pra você. Isso representa que você cresceu (não que esse seja inteiramente o meu caso): A capacidade de ser responsável pelas suas decisões, todos os dias. Parece auto-ajuda? Eu sei que sim. Mas acreditem isso é apenas um pedido. "Assuma as conseqüências das suas decisões!", todos precisamos levar uma dessas de vez e quando, ajuda a ficar fortinho.


ps.: Depois de quatro cursos diferentes (nenhum concluído) quem sabe em breve eu saio de vez da faculdade! Só espero que saia formado e não jubilado.

pss.: SE eu voltar a ter aulas...




quarta-feira, 5 de março de 2008

da síndrome da "força"



Em primeiro lugar, boa sorte...

Resisti ao que pude a vontade de escrever. Em cada tempo livre que tive me meus estudos (não para a faculdade), remoía-me com a vontade persistente de deixar meus pensamentos saírem. E fiz isso por que sabia sobre o que ia escrever. Star wars.

Sei que a impressão pode ser a errada. Não sou aficionado no filme, sou aficionado no "universo expandido", que é tudo aquilo sobre star wars que não os filmes de star wars. A filosofia por trás do processo.

As palavras de kenobi ao futuro darth dos sith: "O que você viu não está escrito na pedra. Está apenas dentro de você. Cabe a você escolher". E ele escolheu. Sempre pensei muito em uma coisa. Anakin tinha uma concentração de força muito grande (e por favor nem me lembrem daquela explicação estapafúrdia de a força ser um microorganismo que vimos em "ameça fantasma"). Ele aparentemente foi concebido apenas pela força. Ele era aquele que traria equilíbrio a balança da força. Qual o conceito de equilíbrio usado? Pelo próprio poder de anakin ele nunca poderia trazer equilíbrio enquanto estivesse vivo. Ele traria supremacia de uma visão sobre a outra.

Os jedis não são uma ordem de equilíbrio, são uma ordem de compassividade. O equilíbrio buscado só seria capaz se a força fosse destruída! Não haveria mais descompassos, a força precisava perecer!

Entendem esse conceito? A força, a principal habilidade do jedi, precisava enfraquecer e perecer como instrumento de combate! Ela precisava harmonizar-se com o todo e fazer parte do todo. O ciclo precisava alcançar o final, desde o princípio da força ela apontava para isso, para sua própria destruição. Não foi anakin que falhou com a força, foram os jedis! Não importava a filosofia que se seguisse, sith, jedis, ambos buscavam a mesa coisa, poder. Os objetivos eram diferentes, mas o objeto era o mesmo, entretanto a força precisava caminhar pra sua obliteração, e apenas com a contraposição isso era possível. Apenas aceitando o antagônico como parte! O último arco da série animada mostra bem isso. O teste de espírito de anakin skywalker, mostra que a profecia era sobre darth vader. Assim o fim e florescer estariam completos. E os legados de darth vader iriam concluir esse ciclo muitos anos depois, levando a força ao apogeu e posteriormente a derrocada. Até que o ciclo seguisse invariavelmente para o fim. Sem sith, sem jedis, sem guerreiros da força (nesse sentido os sith são muito mais honestos, posto que tem a certeza do por que precisam da força)

E o que tem tudo isso? Qual é a síndrome da força? É a necessidade do que nos é antagônico? A síndrome da força atormentava os jedis, pois eles precisavam dos sith para equilibrar a força, e os sith precisavam dos jedis para testá-los cada vez mais e aprofundá-los na mesma força. É a necessidade de se completar os ciclos (tanto o de fim, que o ciclo que a força busca, como o de aprofundamento, que o ciclo que nós buscamos). De olhar pra dentro de nós mesmos, compreender nossa profecia, e ter a coragem de mudar se for necessário. Locke (não o de lost) disse que o ser humano é uma távola rasa. Podemos não ter a entidade da força, mas temos nossos meios que nos corrompem ou nos elevam. Ou caminha-se por esse meio quieto, ou busca-se entendê-lo e questioná-lo.

Tudo pode parecer muito sem sentindo, mas quando o dia-a-dia é baseado numa ficção jurídica que chamamos "estado democrático de direito", a outra ficção, dos jedis e dos sith nos ajuda bastante a... pensar, eu acho.


Sabia que ia sair um negócio assim... por isso avisei que ia começar a ver star wars...

"Esses demônios brancos de olhos vermelhos!"



segunda-feira, 3 de março de 2008

da síndrome da "multiplicidade"

Sobre a universidade:

Nunca em minha vida acadêmica na universidade eu fui à primeira aula de uma unidade letiva (semestre ou ano). Hoje eu decidi fazer diferente. Enquanto aproveitava a carona que recebi e tentava espantar de vez o sono da minha mente fui "percebendo" o que eu estava fazendo. A sensação era a de ser um calouro novamente. Assustador.

Eu definiria a minha interpretação da universidade com uma frase: "Agora você vai ficar sentado nesse cantinho e esperar por cinco anos até pegar seu diploma!". O ensino superior poderia ser diferente. E creio (com a convicção da fé) que é minha responsabilidade (também) me esforçar pra (re)construir esse ensino.

Sobre o prêmio:

Há alguns dias atrás eu ganhei uma promoção (!!) no site do 100grana, fui o milionésimo a acessar. O site fala sobre música, filmes, notícias relacionadas a quadrinhos, mangás, enfim... um mundo de coisas que eu respiro! Um dos melhores e preferidos. Na entrega do meu certificado de vencedor (vai pra moldura) conheci mais alguns membros da equipe. Passei quase uma hora conversando com o pessoal sobre tudo! Aquilo foi muito divertido! É bom trabalhar naquilo que se ama. Espero que possa dizer o mesmo sobre o direito em breve.

Sobre a fúria:

Terminei o livro do salman rushidie. Eu ainda não consigo falar sobre ele. Então prefiro colocar uma frase "Olha eu, asmaan! Estou pulando muito bem! Estou pulando cada vez mais alto!".

Sobre o tempo:

Uma vez li que a existência talvez seja u
ma colcha de retalhos dobrada. A cada momento de presente existe uma realidade de futuro e passado sobreposta, que cada variação gera a outra. Que o tempo é condensado e coeso. Penso no dia de hoje e sei que o tempo também pode ser múltiplo.








da síndrome das "notas matinais"

Há quanto tempo não acordava as cinco da manhã para ir para faculdade (qualquer hora de acordar antes das oito é cinco da manhã, nunca mais)? É uma sensação estranha, quase um calouro. Senti falta dessa dor de cabeça inchada, da sensação que o sangue ainda não circula pelo corpo...

Acho que estou doente...


domingo, 2 de março de 2008

da síndrome da "imaginação"

Um juramento antigo que deve ser cumprido sob todas as circunstâncias. Um inimigo que superou a barreira da morte cujo poder ameaça toda a estabilidade de um mundo. A própria base elementar do universo ameaçada de corrupção e inexistência. Esse é o enredo de order of the stick de richard burlew.

Os trabalhos de burlew giram em torno da esfera do rpg. Seu nome pode ser visto nos créditos e idéias de aventuras prontas e de alguns suplementos de d20 (o sistema de rpg da wizards of coast).

A sua obra-prima (order of the stick) é uma revista eletrônica. É atualizada de duas a três vezes por semana em dias aleatórios (mas o domingo é um ótimo dia pra ir lá conferir). Atualmente a história está na tirinha número 535.

Brinca com os arquétipos de personagens e trabalha questões profundas dentro da simplicidade do traço que despojado de grandes elucubrações visuais, permite ao leitor "aprimorar" de acordo com a criatividade a imagem diante de seus olhos.

Mas o grande diferencial na minha opinião, é o que a obra faz pelo rpg!

"O corredor de pedras antigas se materializa diante de você a medida que a luminosidade da tocha avança através do coração de trevas daquele labirinto/túmulo. O calor da tocha na sua mão é reconfortante, assim como a luz ao redor de você. Mas também lhe aprisiona a mente e o espírito. É como se tudo o que rasteja pela escuridão estivesse bem ali, do outro lado da luz". Vocês imaginaram a cena? Qual era a cor das pedras? E o tamanho? As paredes eram lisas? Havia teia de aranha no chão? A tocha era nova ou velha? Todos esses detalhes e muitos outros mais ficam a cargo de quem escuta e "vê" a cena. Isso é rpg. Essa é a graça, não é qualquer história, é a que você imagina e idealiza. Dependendo de você, pode ser a história perfeita!

O que o rpg faz pela imaginação, richard burlew e order of the stick também fazem! Você completa os detalhes. No rpg você pode falar sobre exclusão e exploração, vida e morte, sobre a realidade e a fantasia. Não pensem que por andarmos as voltas com dragões e pegasus nós (rpgistas) vivemos num conto de fadas distante da realidade. Olhá-la sobre o papel do outro talvez seja a melhor forma de compreendê-la (nem que seja a realidade do outro). Tudo depende de com que cores você pinta seu faz-de-conta - melhor dizendo, realidade... ou seria fantasia?

sábado, 1 de março de 2008

da síndrome de "star wars"

Achei! Depois de meses procurando (tudo bem eu não estava tão dedicado assim), consegui encontrar toda a primeira temporada de "star wars: clone wars".

Essa série animada (sim, é desenho) é trabalho de genndy tartakovsky, ele é russo e tem em seu currículo trabalhos como "o laboratório de dexter", "meninas super-poderosas", "samurai jack" e "star wars: clone wars". Foi justamente "samurai jack" (o criticado e amado samurai jack) que chamou a atenção do senhor george eu-não-sei-escrever-roteiros lucas.

A série se passa em duas temporadas de 25 episódios cada entre o segundo filme (o ataque dos clones) e o terceiro filme (a vingança dos sith). Trabalha em conjunção com os quadrinhos sempre somando e apresentando ricos personagens (como exemplo, temos asaj ventress). O trabalho de tartakovsky foi tão valorizado pelo senhor lucas que o final da segunda temporada é o prologo do terceiro filme (me refiro a vingança do sith), os últimos fatos da série são os imediatos primeiros do filme.

É claro que por ser fã (tanto de star wars quanto de genndy) quando eu for escrever sobre a série vou ser extremamente parcial. Mas star wars é portadora da síndrome mais interessante. É uma história perfeita, mas o senhor george é um péssimo contador de histórias.

Recentemente re-assisti os filmes da duas trilogias. Os diálogos de "ameaça fantasma" (isso pra não falar nas produções posteriores) são horríveis! Pérolas como a de gui-gon jin: "Está ouvindo isso? É o som de mil coisas horríveis vindo pra cá". De onde ele tirou isso? Existem tantas frases melhores que poderiam ser colocadas ai! Mas mérito seja dado, o argumento é excepcional! A prova disso é que tudo sobre star wars, desde que não seja os filmes, é de uma profundidade grandiosa e tem uma capacidade de divertir magnífica! Até o bom e velho war é muito mais divertido quando disputando sistemas!


E qual é a grande síndrome? Conseguir errar e ser bom nisso. Ter tudo pra dar certo e não conseguir. Eu sei, é clichê. O mais repetido, e quem sabe esteja eu errando como o senhor lucas. Mas o que se pode fazer? A verdade é que há muito que supostamente é ótimo na teoria e na prática acabam desandando. Um exemplo? O estado, esse é um ótimo exemplo. Que curioso, o grande vilão em star wars acaba sendo o estado de novo. (ou isso é perseguição minha?)