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terça-feira, 24 de junho de 2008

da síndrome "da acumulação sensorial"




"Se você fechar os olhos e o nariz e beber tudo de uma vez, você não vai sentir nada". Mentira, você vai sentir tudo!

Hoje começa minha páscoa, meu natal, meu aniversário, minhas férias... Cada data, acontecendo junta e cada segundo.

Tchau pessoal, até...

quarta-feira, 18 de junho de 2008

da síndrome "da imagem e do silêncio" - 100 anos









Na data de hoje, há 100 anos atrás o kasato maru trouxe seus 781 primeiros passageiros, dez dias depois, foi a vez do ryojun maru com mais 906 passageiros. Uma das coisas que mais me esforço pra aprender com a cultura japonesa é a simplicidade. A melhor expressão, pra mim, é o hai kai.




Nota: foto de andréia alcantara e hai kai de teruko oda. Hai kai é um tipo de poema curto que trabalha com a sugestão.




Mais hai kai, mais sobre hai kai e sobre a data de hoje.





terça-feira, 1 de abril de 2008

da síndrome dos "olhares, gestos e palavras"


"


"

música - la valse des monstres


Em homenagem aos olhares, gestos e palavras que não sabem sonhar por mim, mas que eu amo e de mim fazem parte.

Obrigado.

E antecipadamente, feliz aniversário!


domingo, 16 de março de 2008

da síndrome de "sonhos, sonhos são..."



"A china suspendeu autorizações de viagens de estrangeiros ao tibet por 'preocupações com a segurança', informou a mídia estatal, e tropas bloquearam a capital lhasa para tentar impedir a repetição dos episódios de violência de sexta-feira, os mais sérios em duas décadas."






“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.

Deus quis que a terra fosse toda uma,

Que o mar unisse, já não separasse.

Sagrou-te, e foste desvendando a espuma.

E a orla branca foi de ilha em continente,

Clareou, correndo, até ao fim do mundo,

E viu-se a terra inteira, de repente,

Surgir, redonda, do azul profundo.”

fernando pessoa







Sonhos...



domingo, 24 de fevereiro de 2008

da síndrome de "ave atque vale"

Há muito tempo atrás, numa galáxia muito distante, um jovem a cavaleiro jedi ao conversar com o seu irmão de lutas falou sobre escritos antigos de um grande mestre de segredos imorais (sim imorais e não imortais). Esse mestre chamava-se alan moore, e os escritos atendiam pelo nome de "v for vendetta". Àquele tempo contudo nada foi levado a sério.

Mas erros assim não persistem pra sempre. Esse cavaleiro jedi, que vos escreve, se tornou um sith (enfim o que se fazer né?), e li "v de vingança". Nossa, e como li! Durante meses lia as cinco revistas pelo menos uma vez por semana. Eu ouso dizer que "v" (ou codinome v que achei muito mais divertido) foi/é o meu vilão preferido (sim senhoras e senhores, não se deixem enganar pelo filme, v é um vilão, esse é o preço de escolher a vingança).

Agora, depois do filme, com certeza falar sobre o enredo seria tolice, todos vocês conhecem, ainda que o da hq seja diferente, bom se estiverem curiosos leiam. O fato foi que durante meses eu li v de vingança e sempre uma frase me chamava a atenção: "ave atque vale".

Por algum motivo algumas pessoas acham que eu entendo latim. Não entendo. Curso direito na faculdade, mas não entendo latim. Palavras isoladas montam significados aproximados e isso me ajuda a entender. Pronto, nada demais. Digo isso por que eu me perguntava o significado da frase. A personagem que a usava, logo após dizia outra que eu tinha certeza que era seu significado ("hail and farewell), mas quando digo significado, me refiro a essência, a referência de onde ela foi retirada. Naquele momento da história era muito importante, eu não podia deixar de entender.

Alguma pesquisa depois eu descobri que se tratava de um poema de um certo senhor romano chamado gaius valerius catullus, da velha escola (muito velha na realidade, se você considerar que o sr. catullus morreu em 54 a.C.). Falava sobre amizade imorredoura. Sobre distâncias e abismos que podem ser superados, mesmo que a razão diga o diferente.

Hoje recebi meus amigos em minha casa. Não tenho lá muitos amigos, mas são os melhores! Eu achei que entendia o significado do poema e o motivo de sua citação. Estava errado. Hoje sei que não entendo o poema e o motivo de sua citação, mas sei que o entendo melhor. Entendo melhor o que é amar a grandes distâncias e superar desafios incomensuráveis! Entendo melhor a força da amizade e a alegria que uma tarde pode ter com cartas e amigos ao redor de uma mesa ("cara não levanto dessa mesa por nada!"). O poema é triste (é fúnebre), mas não o que ele representa. E é pelo símbolo que me intriguei. Pelo símbolo me alegro, pelo símbolo é que o transcrevo.

Apesar de ser verdade sobre todos os tipos de amor, o poema falava sobre amizade. Uma amizade que nunca morre. E hoje sentado diante do computador lembro de cada amigo, os de perto e os de longe, lembro dos desafios e lembro da sensação de olhar ao redor de si e pensar: "esses daqui são irmãos pra toda a vida!"


Ave atque Vale*
(Olá e Adeus)

Por muitos países e através de muitos mares
Eu vim, irmão, para estes ritos tristes,
Para prestar esta última honra aos mortos,
e falar (com que propósito?) para suas cinzas silentes,
Agora o destino o tomou, até mesmo você, de mim.
Oh, irmão, arrancado de mim de forma tão cruel,
Agora pelo menos leve estas últimas oferendas, abençoadas
pelas tradições dos nossos pais, dádivas aos mortos.
Aceite, o que por costume, as lágrimas de um irmão representam,
e, pela eternidade, irmão "Ave atque Vale".

gaius valerius catullus





*É uma livre tradução para o português com base em uma tradução do inglês, pois como eu já disse, sou péssimo em latim.


sábado, 12 de janeiro de 2008

domingo, 6 de janeiro de 2008

da síndrome do "vento e da escuridão"


Suplica a Brisa...

Noite, das estrelas parteira e coveiro

Em vossa honra, agora careço

Pois de minha alcova o mais escondido troféu

Que, quando morrem as luzes me leva ao léu

Que por minha língua e por minha pele

E por meu sangue, o que esta serva oferece

Busquei, e lutei pra que por mim se grave

O dragão, não de sonho, mas de jade.


Este tesouro, com minha boca te dou.

Diz-me te peço, o que o espírito calou.

E mostra-me, suplico, como devorar o sonho,

E como este animal, um simples tacanho.

Pode tomar o destino

Daquele, que desgraçadamente amo.

De humano é sua comida e sua bebida

E eu fera, desesperadamente perdida.

Ele não me vê como sua igual.

E não haverá amor tal.

Eu me calarei para resignar

Ao meu silêncio de besta e amar.

Mas se posso, e é melhor, com o meu destino

Sacrificar e mudar seu sino.

Diz-me então noite infinita, pois sou raposa

Verás que sou uma besta fera bem astuta.

A Noite troveja...

Tu sabes a resposta que procuras

De noite e de dia abrirás teus olhos, e perscruta

E vede, que de seu sonho te alimentes

E será teu destino seres,

Alguém que vê e que ausculta,

Tua escolha, criança te fará defunta.

Tu serás uma sombra, que em teus parcos dias não encontrarás

Teu amor e teus sonhos. Levarás como teu pendão, tua paz.

Persevera o Hálito...

Meu destino conheço e disposta estou,

O triste fado de um grou.

Se tão somente para ele eu for

A luz que tire do torpor

Pálido que a morte obriga

Inda que tenha meus sentimentos como inimiga

Eu ainda chorarei em montanhas longínquas

A dor que desde já me queima contínua.

Esfria a Treva...

Tu chorarás as dores que tu te causaste

E poder para que tu de sentir-la cessasse

Reside na tua escolha. Acaso não querias

Aquele templo de cobertura e guarita?

Toma o espólio que o destino te deu.

Para que diante do sol usarás um véu?

Ou te vai, e esquece pra sempre esse monge

Fica velha, tem sorte, e morre do que o tempo te tange.

Afirma o Suspiro...

De que adiantaria viver ditosa

Ou ser de muito formosa?

E saber que estaria morto

O que transforma em luz o torvo.

Melhor pra mim sempre seria

Saber que diante da noite fria.

Eu disse com a alegria já do além

Que eu o amaria e morreria como ninguém...

Nasce o Sol...

Pois contigo de agora em diante,

Mesmo em meu nascer retumbante.

Morrerei, e a cada segundo em branco

Pintarei em tua homenagem e tanto

A dor que sentes e a morte que escolhes.

E não haverá nunca quem olhe

A lua que no escuro se encolhe

E, talvez sem saber, por ti chore.