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terça-feira, 24 de junho de 2008

da síndrome "da acumulação sensorial"




"Se você fechar os olhos e o nariz e beber tudo de uma vez, você não vai sentir nada". Mentira, você vai sentir tudo!

Hoje começa minha páscoa, meu natal, meu aniversário, minhas férias... Cada data, acontecendo junta e cada segundo.

Tchau pessoal, até...

sexta-feira, 20 de junho de 2008

da síndrome das "contra-versões factuais e momentâneas"



Não sou feito a correntes, mas repasso essa que o dorly fez, vi no capetalismo, por favor leiam até o final. As imagens podem ser fortes, mas também dizem isso sobre a vida não?


***

É uma questão de História lembrar que, quando o Supremo Comandante das Forças aliadas (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, etc.), General Dwight D. Eisenhower encontrou as vítimas dos campos de concentração, ordenou que fosse feito o maior número possível de fotos, e fez com que os alemães das cidades vizinhas fossem guiados até aqueles campos e até mesmo enterrassem os mortos.

E o motivo, ele assim explanou: ‘Que se tenha o máximo de documentação - façam filmes - gravem testemunhos - porque, em algum momento ao longo da história, algum idiota se vai erguer e dirá que isto nunca aconteceu’.

‘Tudo o que é necessário para o triunfo do mal, é que os homens de bem nada façam’. (Edmund Burke)

Relembrando:Esta semana, o Reino Unido removeu o Holocausto dos seus currículos escolares porque ‘ofendia’ a população muçulmana, que afirma que o Holocausto nunca aconteceu…

Este é um presságio assustador sobre o medo que está atingindo o mundo, e o quão facilmente cada país se deixar levar.

Estamos há mais de 60 anos do término da Segunda Guerra Mundial.

Esta publicação está sendo enviada como uma corrente, em memória dos 6 milhões de judeus, 20 milhões de russos, 10 milhões de cristãos, e 1900 padres católicos que foram assassinados, massacrados, violentados, queimados, mortos por fome e humilhados, enquanto Alemanha e Rússia olhavam em outras direcções.

Agora, mais do que nunca, com o Irã, entre outros, sustentando que o ‘Holocausto é um mito’, torna-se imperativo fazer com que o mundo jamais esqueça.

A intenção disso, é que ele seja lido por, pelo menos, 40 milhões de pessoas em todo o mundo.
Seja um elo desta corrente e ajude a enviar o email para todo o mundo.

Traduza-o para outras línguas se for o caso!

***

Quando vi, não acreditei. A fonte é segura. Mas ainda assim fui procurar. Algum tempo depois de pular de páginas e mais páginas, todos tinham essa informação como de quem viu em um site, ou por email, e as datas começavam a correr mais para trás.

Achei a reportagem que creio ser a original no times on line do reino unido (quando abrir a página olha como o final do link é .uk) com a data de 2 de abril de 2007. Confesso que não aprofundei as pesquisas, mas aqui fica uma nota. Achei o tom dessa corrente e da matéria do times um pouco inquisitorial, colocando a culpa de tal mudança na sensibilidade de crianças de certas "raças e religiões". Quem decide política educacional são os senhores ministros ingleses, colocar a responsabilidade em crianças mulçumanas e fazê-lo de forma tão mal disfarçada deve ser considerado muito inteligente por eles. Mas eu discordo.


segunda-feira, 26 de maio de 2008

da síndrome do "respeito"



Havia seis santos embaixo da ponte

Um rato veio e comeu suas cabeças
Então, o rato é o verdadeiro santo.

Se o rato é um santo por que o gato o come?
Então, o gato é o verdadeiro santo.

Se o gato é o santo por que o cão o come?
Então, o cão é o verdadeiro santo.

Se o cão é o santo por que o lobo o come?
Então o lobo é o verdadeiro santo.

Se o lobo é o santo por que o fogo o mata?
Então o fogo é o verdadeiro santo.

Se o fogo é o santo por que a água o apaga?
Então a água é o verdadeiro santo.

Se a água é o santo por que o homem a bebe?
Então o homem é o verdadeiro santo.

Se o homem é o santo por que ele reza para os santos?

Provérbio budista

Seria certo falar em nossa natureza? Há poucos minutos vi no jornal local a chamada falando sobre o caso da agressão que sofreu o engenheiro da eletrobrás paulo fernando rezende.

Não vou me apressar e dizer que acho isso ou aquilo. Os kaiapós - e as outras comunidades indígenas - não são animais que devem ser "bem-tratados" e ai eles se comportam. A eles deve-se o respeito como a qualquer outro ser humano. Mas o que me impressionou foi a declaração do delegado da polícia federal (não atentei para o nome dele) que disse que: "a questão é definir se o facão é considerado ou não parte da cultura dos índios".

Discordo dele, não é essa a questão. Enquanto não pararmos de ver as organizações sociais diferentes da nossa pelos nossos olhos, estaremos apenas brincando de respeitar. O bispo dom erwin krautler disse o seguinte sobre o que aconteceu: "Tenho que dizer que o homem não usou de pedagogia para com os povos indígenas. Ele não entendeu a alma kaiapó, senão não teria acontecido nunca um incidente como este".

Se o homem é santo por que ele reza para os santos? É sua natureza? Ou seu costume?


domingo, 4 de maio de 2008

da síndrome da "montanha sagrada"


Existem muitas bandeiras que não me incomodo de carregar quase sozinho. Contudo, essa em específico quero e não quero carregar. Gostei muito de "a montanha sagrada" de jodorowsky (na foto).

Ontem as 21h30m estava esperando os momentos de excitação que antecediam a "sessão maldita". Apesar do vento frio de uma noite chuvosa, a movimentação de carros e pessoas me levarou a crer que talvez não fosse lá tão maldita a tal sessão, mas não era bem assim.

Ontem quando cheguei, ainda havia os resquícios do I jirau de literatura paraense, e além disso o humorista paulo silvino iria se apresentar no margarida schiwazzappa, portanto as roupas caras e perfumes finos que desfilavam pelos pátios eram explicados. Mas a medida que as horas iam fluindo e a marca mística das 21h30m se aproximava o público ia fazendo jus ao nome da sessão.

Pontualmente, sem anúncios, sem introdutórios, as 21h30m o som (altíssimo, quase ao ponto de atrapalhar o entendimento) inundou a sala. Não posso dizer que o filme como um todo foi perfeitamente compreendido, precisaria de mais o dobro de minha vida em experiência pra isso. Mas a falta da compreensão completa não prejudicou a mensagem(!).

Repleto de referencias cristãs e filosóficas de ótima qualidade, com uma contundente crítica social, foram os 114 minutos mais enigmáticos da minha vida.

Valeu a pena.

A forma como as metáforas foram construídas foram sublimes. Meu momento preferido foi a marcha de soldados pelas ruas da cidade levando como estandarte a carcaça de animais mortos. Ou mesmo as doze madalenas em lugar dos doze discípulos que nos levavam a questionar a forma e cara da igreja cristã oficial.

Mas de todos, destaco (mas não revelo) com especial carinho o que deu nascimento a síndrome da montanha sagrada. Pela história e mitologia, mesmo a cristã, elas são onipresentes. São montanhas que em seu cume possuem o conhecimento para se conquistar a morte, alcançar o topo é alcançar a própria imortalidade! Quer seja o sinai que fez de moisés imortal (judas verso 9) ou qualquer outra que o seja. A mais difícil de alcançar,e esse é o grande mistério, é a montanha que reside no topo de nossa mente, aqueles que lá alcançam, libertam-se do corpo e da imagem e vivem como idéias.

Cheguei em casa encharcado de imagens, algumas nunca vou conseguir enxugar, para mal e para bem. Sublime, voltei com dor de cabeça pra casa - literalmente - mas sublime.


sábado, 3 de maio de 2008

da síndrome da "sessão maldita"


- Vais te ocupar no sábado?

- Que horas?

- Tarde, a noite?

- Não.

- Vamos assistir um filme, no centur?

-...

E assim começou, minha busca pessoal e compartilhada para entender qual seria o tal filme, montanha maldita, montanha sagrada, sessão da montanha, uma confusão de termos e adjetivos se espalhava pela minha cabeça.

Algum tempo depois lady sarajevo (quem me convidou) e eu encontramos algo interessante, um texto de fábia martins da associação paraense de jovens críticos. O filme é a montanha sagrada, de um diretor chileno de descendência russa (conta como filme latino americano ou oriental?) a sessão é a chamada maldita no cine líbero luxardo (o centur sabe?).

Imagine as expectativas envolvidas em assistir a um filme chamado "montanha sagrada" na "sessão maldita" as 21h30m? Pelo que encontrei nesse texto que referi o termo advém da exposição de filmes que não fazem parte do circuito comercial em um horário que não faz parte desse mesmo circuito. Ainda não vi o filme, mas a sinopse me deixa antever que é exatamente isso que o filme o é.

Um grupo de nove amigos busca a imortalidade através de processos alquímicos, há a presença de um arquétipo de cristo, que afinal é fundamentalmente um dos únicos imortais na mitologia cristã e uma discussão de valores que determinam a construção social e moral vigente, as narrativas do sonho e da realidade "são complementares do relato". Confusos? Pois é eu também, mas pensem pelo lado bom, eu vou assistir o filme e (sinto) vou ficar muito mais confuso.

As horas de sábado (pra mim um dia sagrado) passam flúidas por mim (como aliás sempre foram pra mim), e enquanto as trevas não vem, fica a expectativa... até onde iremos na montanha pela mão de jodorowsky? Assim que souber eu lhes digo... Bons programas (seguros) de sábado!


A MONTANHA SAGRADA,
ALEJANDRO JODOROWSKY
(the holy mountain, eua, 1973, cor, 114 mim.)


quarta-feira, 19 de março de 2008

da síndrome dos "valores"



פסח

A primeira manifestação da páscoa simbolizava libertação. O povo de israel, que a época era apenas um conglomerado de ex-escravos, comemorava não somente a libertação física, mas também a libertação espiritual. O peshac simbolizava que Deus, os havia escolhido, nunca mais haveria servidão.

Isso foi em 14 de nissan, no primeiro ano do calendário judaico.

Uma outra importante páscoa, que ainda se expande a nós, foi a que ocorreu com o acompanhamento da morte e ressurreição de um homem. Até hoje os cristãos a comemoram. Ela simboliza que a liberdade é possível. Se a primeira páscoa era para os libertos, a segundo se estende aos escravos. Ela fala que é possível ser livre, ela fala que a impossibilidade é uma convenção.

Isso foi no 30º ou 33º ano de nossa era.

Hoje a páscoa é um feriado.

***

Não me levem a mal, não quero ser legalista aqui, a síndrome dos "valores" não é ligada ao que eu acredito, ou ao que individualmente você acredita. Ela é a síndrome de mudar nossos símbolos e valores. O que é bonito o que é feio o que é piegas o que é puro. A síndrome dos valores apenas nos diz uma coisa: "Os rótulos são convenções". Sempre em mudança, como a páscoa... como tudo o que vocês lêem aqui, até mesmo esse texto.

Até 24-3

quinta-feira, 13 de março de 2008

da síndrome dos "treze pecados"

Fé, esperança, caridade, temperança, fortaleza, prudência e justiça. As sete virtudes cardinais. Elas ganharam notoriedade pelas linhas de um poema (que eu não conheço) de aurelius clemens. Onde estas disputavam com os sete pecados capitais.

Na realidade elas estão divididas em dois grupos. O primeiro é o das virtudes teologais, são elas: a fé, a esperança e a caridade. São derivadas de 1ª coríntios 13:13, e tem este nome pois se referem a figura do próprio Deus. Além de representarem a trindade perfeita, tanto pelo número quanto pela atuação conjunta de cada virtude, elas são ditas como as mais importantes pois falam da força do impossível (fé), da certeza do possível (esperança) e da união do improvável (caridade ou amor)


"Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor (...)"
1ª coríntios 13:13 - catedral do méxico

O segundo grupo representa as virtudes cardinais, que somado com as virtudes anteriores não muda de nome. Estas se referem aos aspectos morais da raça humana. As primeiras nos dizem como adorar, estas últimas nos dizem o que praticar. São temperança, fortaleza, prudência e justiça.

Não sou católico, mas sempre gostei da forma como se divide nesse credo as virtudes. Creio em minha fé que todas as virtudes são indissociáveis (gálatas 5:22 e 23). Mas gosto de pensá-las pelo credo católico. Sete pecados e sete virtudes, equilíbrio, liberdade de escolha. Ao menos era assim.

Hoje, além das sete contra-partes das virtudes, os pecados capitais tem o reforço da poluição, da manipulação genética, das desigualdades sociais, do dar causa à pobreza, do acumular riquezas em demasia e de usar drogas. Mantiveram o número simbólico, de 7 para 13.

O que de fato isso mudou? Desde o século XVI houve menos raiva por ter sido a ira declarada como pecado capital? Por acaso não nos esmeramos em formas de ira que levavam a morte e a destruição? Ou fomos mais despojados posto que a avareza é um dos 7 inicias? Gosto do jeito que se dividem as virtudes, tem um sentido e um significado. Simbólico, mas ainda um significado.

Contudo, fico feliz. Após a declaração dos pecados capitais (os primeiros) nos esmeramos em praticá-los. Agora quem sabe, com essa nova proclamação, a manipulação genética encontre a cura para o mal de alzheimer, e lá vou eu sendo egoísta...



mais lugares à mesa...


Religião é um tema incômodo. Mas dessas síndromes da vida não deixo de manifestar a dos 13 pecados. Pomposas ações, nenhum resultado.



domingo, 9 de março de 2008

da síndrome de "anhangá"


ANHÃ, s.c. Ã-nhã, a alma errante, o espírito que anda vagando; o gênio andejo, o diabo. Alt. Inhan, Inhang. Aignan, segundo J. de Léry.

ANHANGÁ, s. o diabo, o mau espírito.

ANHANGABA, s. a ação do diabo, a diabrura, o malefício. Alt. Anhangá.

SAMPAIO, teodoro. O tupi na geografia nacional. 3.ed. [S.l.]: Escola de aprendizes artífices, 1928, 352 p.
Como visto, a figura do anhangá tem uma conotação negativa, não importa o nome por quê se chame (ingage - hans staden, aygnhan - jean de léry, mbaaíba - gonçalvez dias). Em todos eles, o estudo etimológico mostra as idéias associadas: vingança, retribuição, terror.

Em algumas obras o anhangá era confundido com jurupari, e ambos se tornavam um só, assumindo os aspectos da vingança e do pesadelo.

Era representado mais comumente por um veado todo branco, entretanto havia vários tipos de anhangá (aqui uso essa escrita mas há outras), um para cada tipo de animal que vingava e protegia. Confirmando essa tese há um relato no livro "geografia dos mitos brasileiros" que fala sobre os tipos de espírito/totem de vingança.

Diz-se que o anhangá também era o responsável pela guia das almas dos mortos (possivelmente o mito da ave chamada de "rasga-mortalha" tenha surgido de um dos totens e/ou aparições do anhangá).

Entretanto a cultura indígena mostra que no primórdio o anhangá não é maligno. Ele é retribuidor, ou seja, ele é perigoso pra quem é perigoso. Uma das formas de atrair o anhangá era, por exemplo, caçar fêmeas grávidas.

A lição é simples, não trate a existência como se ela fosse sua serva, converse com ela, aprenda com ela.

Na grécia havia três senhoras, as *r*n**s (diziam que falar seu nome era convocá-las), elas eram também chamadas de eumênides (as de bom temperamento). Talvez o nome mais conhecido delas seja: "as fúrias". A idéia era a mesma, elas deveriam ser apenas "más" com quem era "mau". Mas no final, como o anhangá, se tornaram malignas para todos os seres.

A bíblia diz que Deus prometeu poupar uma cidade inteira se ele encontrasse lá ao menos cinco justos. Ele encontrou só um. Acho que o anhangá pensa a mesma coisa, não precisa se preocupar, ele pode exercer seu trabalho de totem/espírito da vingança tranqüilo, as chances de ele errar são desprezíveis.

Sim, os indígenas tem uma figura que fala de perdão (no cristianismo todas as facetas são aglutinadas em Deus, o bom e o justo). Eles sussurravam: "juáca-tupãna!" (Deus do céu!)

Não, nem sempre funcionava.

"Ando com a lanterna ao meio-dia a procurar um justo" - diógenes (412 a.C. - 323 a.C.)






quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

da síndrome da "cemiterada"


Nas nossas cidades de concreto e ferro muito pouco se fala sobre a morte. Não por uma questão de medo (ainda que este esteja sempre presente), mas é por uma questão de praticidade, morrer é muito trabalhoso (não que o diga por experiência própria)!

Nesse aspecto (a secundarização do medo) nos aproximamos muito de nossos antepassados. Houve um tempo em que a morte não era separada da vida, mas sim aceita como parte de seu contexto. Acompanhava-se o querido em seus últimos suspiros, e após todos os ritos e lágrimas, o bom cadáver era colocado bem ali, numa das paredes da igreja, onde, a despeito de não ser visto, poderia ser sentindo (pelo olfato principalmente) a cada missa.

Na frança, poucos anos antes (1776) de tornar-se ele próprio um defunto, luís XVI preocupava-se com a saúde pública e com os males que os odores dos queridos idos poderiam causar aos queridos que ficavam, e edita um decreto que proíbe que ocorressem enterros em capelas.

Sófocles retrata em antígona a saga de uma irmã que, quebrando a lei posta pela cidade, presta os ritos funerários a seu irmão, um traidor de tebas, seguindo a lei dos antepassados. Tal qual na tragédia (com menos glamour), a determinação da coroa francesa não foi seguida.

O fato era que a fé comum dizia que as almas que purgavam seus pecados, ou mesmo que repousavam no céu, estariam mais tranqüilas e calmas se esperassem pelo retorno de Deus na sua própria casa, como convidados queridos que esperam um amigo. O mérito não se deve levar em consideração, afinal a fé é crer quando parece impossível, crer no provado é a ciência.

Deste lado do atlântico tivemos das nossas também. Na bahia em 25 de outubro de 1836. Buscando se orientar com o que havia de mais moderno na ciência higienista européia (e fazer cumprir uma lei de 1828), foram proibidos os enterros em mosteiros e igrejas. Estes seriam executados por uma companhia privada.

Então naquela data quando os sinos dobraram, eles o fizeram para convocar ao protesto. E seguiu-se a ele. O povo reagiu com força e fúria como resposta ao desrespeito para com os mortos e alvejando a ganância dos vivos.

A salvação estava na igreja.

Este fato, que repercutiu no restante do império atrasou em muito a necessária reforma cemiteral. Ciência e fé não tem lá um bom histórico de relações. E simplesmente por que as pessoas de ciência se apegam a corpos mortos e envelhecidos de práticas esquecidas de intolerância e as pessoas de fé forçam sua verdade para a boa saúde dos que os cercam sem ouvir ou ponderar sobre o mais sábio (ou eu teria trocado?).

Quando sou um cientista ajo como um fundamentalista. Quando sou cristão ajo como um egocêntrico que crê que apenas eu estou certo. O cientista e o cristão que sou deveriam aprender um com o outro.

E estes dois corpos de duas irmãs de fé que forma encontrados no mosteiro da luz, mataram alguém com seus miasmas? Estão mais distante de Deus agora que terão pequenos pedacinhos seus enviados para laboratórios do outro lado do equador? Elas parecem dormir tão tranqüilamente, alheias a tudo.

Nossa fé e nossa ciência não podem conviver uma sem a outra. São partes não antagônicas do conhecimento. Até entendermos isso ainda teremos esqueletos no armário.






quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

da síndrome da "fé"

Sobre todos os assuntos que gosto de falar o que mais me agrada é religião! O motivo é simples: A religião é em essência individual e única. É através da religião que nos ligamos a algo que nos guia, impulsiona e mantêm. Você pode ser religioso e não ter fé. A fé é o credo no que é impossível, no que é mágico. A religião é uma concepção filosófica. Por exemplo: As visões mais conservadoras na igreja adventista (igreja da qual eu faço parte), pregam que é pecado comer carne de porco, posto que é um dos animais considerados impróprios para o alimento (levítico cap. 11). Todavia, eu creio que comer carne de porco é desaconcelhável, mas não pecado. Essa é a forma da minha fé, que me associa a concepção filosófica em questão.


Isso me lembra o que locke dizia: "O homem é uma távola rasa, a sociedade que o corrompe". Nossas fés e concepções são também uma távola rasa. Nós as moldamos para o bem e para o mal. Para a compreensão e intolerância. São nossos desafios individuais, nossas vitórias pessoais. Nossas concepções de bem e mal. A verdade é que não temos juizes, e na maioria das vezes, nos focamos só em NOSSOS valores, e os levantamos como se estivéssemos na terceira cruzada.

Falar em mal me vem a cabeça o filme "diamante de sangue" (direção de edward zwick, muito piegas, mas rende uma diversão). Há um diálogo muito interessante sobre o gênero humano. Rende a frase: "Não há pessoas boas ou más. Nossas ações nos definem".

Há muitos paralelos entre a religião e o ser humano. E tudo isso me veio a cabeça quando diante de mim eu vi a catedral que fica no marco zero de curitiba. É dedicada a Nossa Senhora da Luz do Pinhais, a padroeira de curitiba (que significa pinheiral, mas isso já é outra síndrome). Foi construida em 1893, e permaneceu como igreja matriz até 1911. Em estilo neogótico, o projeto é de autoria do arquiteto francês alphonse de plas. É belíssima. Imponente. Simbólica.



Entrei. Não tinha intenção de tirar fotos, mas foi mais forte. Pedi autorização e comecei a escolher ângulos e formas que senti que deveria (aqui eu compartilho algumas, outras são só minhas). Sentando num dos bancos eu ouvi uma voz sussurrando uma prece. Olhei pra traz e vi uma senhora ajoelhada, ela rezava com muito fervor. Lágrimas caiam discretas dos seus olhos e a preçe que fazia era numa língua estranha pra mim. O que pra mim eram ângulos e poses, pra ela era fé. Não me senti culpado. Mas fiquei pensativo e num estado de espirito intrigado. Hoje, dias depois, resolvi falar sobre isso.




Igrejas, leis, tradições - távolas rasas: somos nós quem as corrompemos. E acaba que somos bons nisso.





Vista do pórtico esquerdo com torre ao fundo.




Destaque da torre esquerda.




Orgão na parte superior central interna da catedral. Notem as formas na abóboda sobre o orgão. Esse padrão está presente em toda a igreja.