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terça-feira, 24 de junho de 2008

da síndrome "da acumulação sensorial"




"Se você fechar os olhos e o nariz e beber tudo de uma vez, você não vai sentir nada". Mentira, você vai sentir tudo!

Hoje começa minha páscoa, meu natal, meu aniversário, minhas férias... Cada data, acontecendo junta e cada segundo.

Tchau pessoal, até...

sábado, 3 de maio de 2008

da síndrome da "sessão maldita"


- Vais te ocupar no sábado?

- Que horas?

- Tarde, a noite?

- Não.

- Vamos assistir um filme, no centur?

-...

E assim começou, minha busca pessoal e compartilhada para entender qual seria o tal filme, montanha maldita, montanha sagrada, sessão da montanha, uma confusão de termos e adjetivos se espalhava pela minha cabeça.

Algum tempo depois lady sarajevo (quem me convidou) e eu encontramos algo interessante, um texto de fábia martins da associação paraense de jovens críticos. O filme é a montanha sagrada, de um diretor chileno de descendência russa (conta como filme latino americano ou oriental?) a sessão é a chamada maldita no cine líbero luxardo (o centur sabe?).

Imagine as expectativas envolvidas em assistir a um filme chamado "montanha sagrada" na "sessão maldita" as 21h30m? Pelo que encontrei nesse texto que referi o termo advém da exposição de filmes que não fazem parte do circuito comercial em um horário que não faz parte desse mesmo circuito. Ainda não vi o filme, mas a sinopse me deixa antever que é exatamente isso que o filme o é.

Um grupo de nove amigos busca a imortalidade através de processos alquímicos, há a presença de um arquétipo de cristo, que afinal é fundamentalmente um dos únicos imortais na mitologia cristã e uma discussão de valores que determinam a construção social e moral vigente, as narrativas do sonho e da realidade "são complementares do relato". Confusos? Pois é eu também, mas pensem pelo lado bom, eu vou assistir o filme e (sinto) vou ficar muito mais confuso.

As horas de sábado (pra mim um dia sagrado) passam flúidas por mim (como aliás sempre foram pra mim), e enquanto as trevas não vem, fica a expectativa... até onde iremos na montanha pela mão de jodorowsky? Assim que souber eu lhes digo... Bons programas (seguros) de sábado!


A MONTANHA SAGRADA,
ALEJANDRO JODOROWSKY
(the holy mountain, eua, 1973, cor, 114 mim.)


quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

da síndrome do "mentalismo"




Lei do mentalismo.

"O todo é mente; o universo é mental"


Há alguns dias atrás um amigo meu teve uma conversa muito interessante sobre o nada. Foi bastante divertido e bastante instrutivo também. E fiquei pensando nisso. Me lembrei de uma frase que certa vez destruição repetiu "seriam a luz e a matéria conversíveis entre si?", a frase era de neuton. E sim, comprovou-se depois que a luz e a matéria são sim conversíveis, e são seus princípios a base de bombas atômicas. Então esbarro com a primeira lei hermética. E na minha cabeça de alguma forma tudo isso tem relação.

As leis herméticas são leis basilares de uma filosofia chamada de hermetismo. Elas são atribuídas a hermes trimegistus. Foram expostas no livro chamado "caibalion" (no hebraico significa tradição enviada por um ser superior). Essas leis de certa forma regem toda a existência.

Há um texto chamado de "tábua esmeralda", que é considerado como o texto que deu origem (ou o correto seria dizer que elencou padrões?) da alquimia mulçumana e ocidental. Neste texto, uma de suas passgens assim assinala: "Por esta razão fui chamado de hermes trismegistos, pois possuo as três partes da filosofia universal.".

Descobri que existem basicamente dois tipos de alquimistas, aqueles que escrevem expressando seus princípios, e aqueles que escrevem os escondendo. Qual seria o tipo do bom e velho hermes? Por quê hermes decidiu que "o todo é mente; e que o universo é mental" seria a forma correta de se expressar quanto a primeira lei?

Existem muitas explicações. Numa delas o todo é a existência é tudo o que há, e o universo é o que é feito dessa existência. O todo é como energia e matéria, o universo é a forma dessa matéria.

Pra outros seria uma receita, um preceito pra que se supere a existência. A força estaria na mente (todavia isso soa e é autoajuda e não alquimia).

Há aqueles que veêm que o todo é o fruto do pensamento de um ser (alguns acreditam que esse ser é Deus), e que o universo como expressão desse todo e como algo que nos circunda é mentalização da vontade deste ser. E que portanto o todo, de forma bruta é acessível, mas pra isso é preciso ligar-se a este ser (não é por sorte que o termo religião vem do latin religare; re-ligar).

E o qual é a relação com o tudo e o nada e a frase de destruição (ou mesmo sandman, sua família e seus símbolos de existência) que lembrei? Existe como ser mais claro? Acho que não, afinal síndromes são psicossomáticas, são causas desconexas, funcionam somente na mente do adoecido. E sim, síndromes funcionam sempre.



terça-feira, 15 de janeiro de 2008

da síndrome de "paracelso"


Há muito tempo atrás, eu perguntei a uma professora o que era a química. Àquele tempo, ainda não havia tido contato curricular acadêmico com a disciplina, e por algum motivo fiquei curioso. Seria um resposta simples e comum, ela me disse "é o estudo da matéria, da composição das coisas e da transformação delas". Achei aquele conceito esplêndido, e perguntei a ela se eu poderia transformar qualquer coisa, e ele me disse "não. Isso que você está falando é alquimia".

Posteriormente descobri que a alquimia é uma ciência dita incerta. Seria um tipo de tradição que combina várias outros campos de estudo como a química, física, astrologia, arte, metalurgia, misticismo e religião. A alquimia estaria um pouco distante do caractere de ciência como nós conhecemos, e muito mais próximo ao de uma filosofia. Todavia não é esse o assunto. A alquimia é uma ciência de loucos.

Tem um certo louco em especial chamado felipe, ou se preferirem phillipus aureolus theophrastus bombastus VON HOHENHEIM, mais conhecido como paracelso. Suiço, com educação austríaca formado em medicina pela universidade de viena. Teve contato com as mais antigas tradições egito, terra santa, tartária, arábia, constantinopla, dentre outras. Conhecido como grande médico na europa (o que talvez lhe rendeu a alcunha. "Paracelso" significa "superior a celso*"), fez estudos sobre farmacologia, química e anatomia representando um grande avanço na ciência médica. Pessoa de orgulho forte e intransigente vagou pela europa por muito tempo garças a seu temperamento.

Morreu louco com 47 anos, em setembro de 1541. E até então esse é um resumo de sua vida. Mas paracelso, quando na sua morte (nunca esclarecida) afirmou ter adquirido o conhecimento da pedra filosofal. A loucura certamente sempre foi uma válvula de escape para muitas pessoas, todavia crer que um dos mais renomados médicos da europa, aos 47 anos morreu louco afirmando ter conquistado o alvo supremo de tantos, é tão fantasioso quanto crer que isso de fato não aconteceu.

O que deixou paracelso louco? Ele viajou pela terra santa, existem lendas que afirmam que o santo graal na realidade é uma pedra deixada na terra por seres celestiais e que esta pedra possui grandes poderes. Essas lendas se espalharam pela terra santa.

O que deixou paracelso louco? Se ele de fato havia obtido o conhecimento da pedra filosofal (que lhe permitia fabricar o elixir da vida eterna) por que morreu com feridas infecciosas (uma das versões de sua morte diz que ele morreu por infecção causada por ferimentos numa queda em um bar!)?

O que deixou paracelso louco? O mito da transformação de metais em ouro é uma metáfora pra transformação da alma, certos alquimistas inclusive diziam que a pedra filosofal era um estado de espirito. E certas correntes afirmavam que a pedra simbolizava Deus (profeticamente já referido assim na Bíblia), portanto o elixir da vida seria a vida eterna dos cristãos.

Nunca saberemos o que deixou paracelso louco, talvez nada e ele fosse mais lúcido que nós. Talvez a falta de sucesso e o fim triste que havia diante dele. Mas ninguém poder mudar uma coisa, quer louco quer lúcido, ele era apenas um homem que morreu tendo certeza de que havia conseguido alcançar o objetivo de sua vida. Talvez essa certeza em si (o famigerado "isso! Consegui!") seja a tão falada pedra filosofal.

Como último pedido ele requisitou que em seu velório fossem lidos os salmos 1, 7 e 30. O verso três do salmo 30 diz "SENHOR, da cova fizeste subir a minha alma; preservaste-me a vida para que não descesse à sepultura"


*Médico romano de grande renome na história do antigo império

sábado, 12 de janeiro de 2008

da síndrome da "humanidade" - fullmetal alchemist

O que nos faz humanos? Essa é a grande pergunta que me ficou na mente na noite de ontem. Foi depois de ler o 75º capítulo de fullmetal alchemist (hiromu arakawa). Ainda não é o final. O mangá tem uma produção já antiga, desde de fevereiro de 2002, e um ritmo de produção bem diferente. O anime baseado no mangá seguiu quase a mesma história até certo ponto (até o quinto laboratório) e de lá em diante tomou rumos muito diferentes.

O anime é forte e muito bom. Mas é... não sei como dizer, mas fez muita diferença, o mangá é bem melhor. Um amigo me disse que a principal desvantagem de um anime é que lá a informação vem completa. Em um mangá, você tem que completá-la que concluí-la aos poucos a partir de quadros, você cria vozes, jeitos de falar, entonação, tudo! É em essência um exercício de produção da obra, um exercício de sonho.

"Sou um monstro"

Pra aqueles que chegaram até o capítulo 75, essa frase pode significar alguma coisa. Mas afinal o que nos faz humanos, essa era a pergunta. Os homúnculos eram criaturas impressionantes, ao menos do ponto de vista físico. Aparentemente não precisam comer (a despeito de que glutony sempre se queixa de fome, mas creio que ele não morreria com essa fome), ou mesmo qualquer outra necessidade básica, como dormir ou mesmo respirar* (vale lembrar que sloth não deve ter tido ar durante o trabalho dele). São muito ágeis e rápidos, e apresentam um bom conjunto de poderes especiais. Então podemos dizer que eles não são humanos?



"Você está pronto a se tornar um cão do exército?"

Amestris é a nação onde boa parte da tramam se desenrola, as conexões com a alemanha nazista são bastante fortes. Estado militarizado, xenofobia, nação belicosa. Além de referências mais diretas, como o fato de o lider supremo de amestris se chamar "fuher". A guerra contra ishibal (um povo com sua terra específica que foram anexados por amestris), também pode ser vista como uma referência ao holocausto. Aqueles que chegaram até o capítulo 75 sabem um pouco mais sobre os segredos de amestris e os experimentos que eram feitos em ishivalites durante o confronto. E eles? são humanos?




"Um é tudo. E tudo é um"

A alquimia em nosso mundo é uma ciência mitológica mais próxima da magia em si do que da própria ciência. Em fullmetal ela é tão certa como a matemática, possui suas leis e seus próprios tabus. E os alquimistas são pessoas com um poder muito acima do mero convencional, podendo fazer coisas que se assemelham a milagres. E eles, que possuem capacidades tão diferentes de nós, são humanos?


"Deveríamos estar mortos, e ai acordamos com o corpo assim"


Outras criaturas que possuem um papel importante são as quimeras, como na mitologia, são os cruzamentos alquímicos de vários animais. Por vezes é tentado executar esses cruzamentos com humanos, apesar de ser um proibição e o resultado geral ser a morte. Em pequenas exceções os "experimentos" geram criaturas que mantêm a consciência e até mesmo a forma humana e poderiam passar desapercebidos. E eles, seriam humanos?



"Eu sou um ser humano!"

Os protagonistas da série, os irmãos elric, quebraram um dos mais importantes tabus. E o preço pago por isso foi alto demais. Alphonse elric perdeu seu corpo, e vive com a alma ligada a uma armadura de metal. Mantêm suas memórias e sentimentos, apesar de não comer, beber, dormir, sentir, chorar... Ele é um humano?

Talvez todos eles sejam. Pessoalmente não creio que o que nos faz humanos sejam nossas necessidades, ou nossas fraquezas (esse é um conceito interessante, em vampiro a máscara o que torna os vampiros reais membros de seus clãs são suas fraquezas), muito menos seria nossa capacidade ou nossa força. O que nos faz humanos são nossos sonhos! É querer e almejar ser humano, e lutar pelo direito de sê-lo! Quer tenhamos olhos vermelhos (ishivalites), quer sejamos imortais, o que nos faz um ser humano é a vontade de lutar por isso! E sem isso, posso ser cotidiano, tributável e respeitável, mas nunca serei um ser humano de verdade! Sem a vontade e o sonho a nos impulsionar, seremos só uma pequenina mancha dentro de uma garrafinha.




*outra teoria que ajuda a comprovar a resistência dos homúnculos é a origem do termo. Se refere a um experimento que imitava a vida humana, criando uma espécia de autômato sem essas necessidades.

ps.: A maioria das imagens aqui são do anime, como muita gente ainda está lendo o mangá não queria estragar nenhuma surpresa.