sexta-feira, 11 de julho de 2008

da síndrome da "idealização da realidade simulada"


"STF manda soltar Daniel Dantas pela segunda vez"

Nos últimos dias os jornais tem dado muita divulgação a operação da polícia federal que prendeu o ex-prefeito de são paulo, aquele empresário de nome engraçado e o banqueiro que tem nome de ator da globo. Até o ministro do STF já disse que tornaram isso um show - também com o nome da operação que foi tirado da cabeça de jogador de rpg - falaram em truculência e um monte de outras coisas.

Uma vez vi numa entrevista um senador dizendo que nosso código penal é muito influenciado pelo trauma da ditadura militar. Tenho 20 e poucos anos, não conheci a ditadura muito a mias que por relatos. Imagino apenas como deva ser revoltante mesmo a memória do que foi feito. Pessoalmente, quer influenciado por esses relatos ou não, acredito que a força do Estado na vida cotidiana deveria ser mínima, mas isso é diferente de impunidade. O banqueiro de nome engraçado está livre de novo. O habeas corpus que foi impetrado alegava que houve uma quebra da hierarquia judicial, afinal de contas, ele havia sido preso pela segunda vez a mando da justiça federal por terem encontrados novas provas que de o moço não era lá muito dado a obedecer a madame justiça. De acordo da defesa do-não-ator-global daniel dantas, a justiça federal foi birrenta e mando prender o moço só porque eles não tinham nada melhor que fazer com a caneta.

A prisão é um negócio muito traumático de explicar legalmente. Como é que você chega e diz pra um carinha vestido de preto que ele tem a envergadura moral de, na base da canetada, acabar com a vida de uma pessoa, tirando os mais elementares direitos de alguém. Não dá pra fazer isso. Mas a gente faz. O lance foi que a gente montou um pá de escusas morais pra que se o cara for mesmo em cana a gente possa dizer pras crianças que o sistema funciona e que a fada dos dentes vai chegar logo.

Bom, o lance é que pro cara ficar preso antes que o carinha de preto diga se ele é realmente culpado, tem uma série de pré-requisitos. Se o futuro preso puder fugir por exemplo, é bom manter o moço em cana, pra garantir que no dia do julgamento não fique faltando uma partezinha. Que bom que vivemos num país onde um banqueiro que ia pagar 1,5 milhões de reais pra um delegado pra se safar, não pode simplesmente ir passar o final-de-semana no caribe né? Putz, que bom mesmo, por que o moço foi solto numa sexta-feira!

*Atualização sintomática:
O carinha de preto, vulgo ministro gilmar mendes (que mandou libertar pela segunda vez o banqueiro), levou a decisão (que mandou prender o daniel dantas) do juiz federal fausto de sanctis (nome invocado né?) ao conselho de justiça. É como se fosse um puxão de orelha no moço que teimou em decidir que tentativa de suborno como aquela era motivo pra deixar o banqueiro de nome global como hóspede da polícia federal. Que coisa não?

sexta-feira, 4 de julho de 2008

da síndrome da "automedicação"



Então, voltei.

Já falei sobre esse lance do retorno com sendo algo bem complicado. Mas de fato aqui estou escrevendo de novo. Pensei que se eu esperasse um pouco eu ia falar menos de mim - se falar mais vou ser piegas - mas enfim, não se pode ter tudo. Então segue uma pílula a conselho mas sem receita, da lady para combater meu estado sorumbático.

Ontem fui ao olímpia. O mais antigo cinema do brasil em atividade. Aquela sala sempre me inspirou respeito, com suas entradas diante da tela. Ali diante da platéia estática, todos tão perto, mas alheios muitas vezes já me senti um fantasma no escuro encarando a vida pálida e distante. Mas ontem não foi assim.

A imagem estava embaçada, deslocada pra esquerda, a exceção de nicole kidman e jack black não conseguia divisar o rosto dos atores, imagine sua expressão ou olhares! A sala ressoava com a respiração adormecida de muitos, apenas uma discussão se destacava. Foi engraçado. Foi confuso. Foi triste. Uma sala que é grandiosa, ser tratada com tamanha falta de respeito é a perfeita definição de tristeza. Os que discutiam deveriam ter sido conduzidos para fora da sala e ir aprender a conviver em espaços públicos (um senhor de cabelos brancos ofendeu a uma senhora acompanhada do seu marido a chamando de feia! Deus, eu tava esperando tocar a campa do recreio), o projetor deveria ter sido colocado na sala de projeção que por algum motivo estava desativada, deveriam tentar ligar o som, era impossível ouvir, enfim.

Outra pílula; encontraram o padre adeli.

"A automedicação pode agravar o quadro."



terça-feira, 24 de junho de 2008

da síndrome "da acumulação sensorial"




"Se você fechar os olhos e o nariz e beber tudo de uma vez, você não vai sentir nada". Mentira, você vai sentir tudo!

Hoje começa minha páscoa, meu natal, meu aniversário, minhas férias... Cada data, acontecendo junta e cada segundo.

Tchau pessoal, até...

sexta-feira, 20 de junho de 2008

da síndrome das "contra-versões factuais e momentâneas"



Não sou feito a correntes, mas repasso essa que o dorly fez, vi no capetalismo, por favor leiam até o final. As imagens podem ser fortes, mas também dizem isso sobre a vida não?


***

É uma questão de História lembrar que, quando o Supremo Comandante das Forças aliadas (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, etc.), General Dwight D. Eisenhower encontrou as vítimas dos campos de concentração, ordenou que fosse feito o maior número possível de fotos, e fez com que os alemães das cidades vizinhas fossem guiados até aqueles campos e até mesmo enterrassem os mortos.

E o motivo, ele assim explanou: ‘Que se tenha o máximo de documentação - façam filmes - gravem testemunhos - porque, em algum momento ao longo da história, algum idiota se vai erguer e dirá que isto nunca aconteceu’.

‘Tudo o que é necessário para o triunfo do mal, é que os homens de bem nada façam’. (Edmund Burke)

Relembrando:Esta semana, o Reino Unido removeu o Holocausto dos seus currículos escolares porque ‘ofendia’ a população muçulmana, que afirma que o Holocausto nunca aconteceu…

Este é um presságio assustador sobre o medo que está atingindo o mundo, e o quão facilmente cada país se deixar levar.

Estamos há mais de 60 anos do término da Segunda Guerra Mundial.

Esta publicação está sendo enviada como uma corrente, em memória dos 6 milhões de judeus, 20 milhões de russos, 10 milhões de cristãos, e 1900 padres católicos que foram assassinados, massacrados, violentados, queimados, mortos por fome e humilhados, enquanto Alemanha e Rússia olhavam em outras direcções.

Agora, mais do que nunca, com o Irã, entre outros, sustentando que o ‘Holocausto é um mito’, torna-se imperativo fazer com que o mundo jamais esqueça.

A intenção disso, é que ele seja lido por, pelo menos, 40 milhões de pessoas em todo o mundo.
Seja um elo desta corrente e ajude a enviar o email para todo o mundo.

Traduza-o para outras línguas se for o caso!

***

Quando vi, não acreditei. A fonte é segura. Mas ainda assim fui procurar. Algum tempo depois de pular de páginas e mais páginas, todos tinham essa informação como de quem viu em um site, ou por email, e as datas começavam a correr mais para trás.

Achei a reportagem que creio ser a original no times on line do reino unido (quando abrir a página olha como o final do link é .uk) com a data de 2 de abril de 2007. Confesso que não aprofundei as pesquisas, mas aqui fica uma nota. Achei o tom dessa corrente e da matéria do times um pouco inquisitorial, colocando a culpa de tal mudança na sensibilidade de crianças de certas "raças e religiões". Quem decide política educacional são os senhores ministros ingleses, colocar a responsabilidade em crianças mulçumanas e fazê-lo de forma tão mal disfarçada deve ser considerado muito inteligente por eles. Mas eu discordo.


quarta-feira, 18 de junho de 2008

da síndrome "da imagem e do silêncio" - 100 anos









Na data de hoje, há 100 anos atrás o kasato maru trouxe seus 781 primeiros passageiros, dez dias depois, foi a vez do ryojun maru com mais 906 passageiros. Uma das coisas que mais me esforço pra aprender com a cultura japonesa é a simplicidade. A melhor expressão, pra mim, é o hai kai.




Nota: foto de andréia alcantara e hai kai de teruko oda. Hai kai é um tipo de poema curto que trabalha com a sugestão.




Mais hai kai, mais sobre hai kai e sobre a data de hoje.





segunda-feira, 16 de junho de 2008

da síndrome da "replicabilidade simbólica"








Eu já encontrei isso em vários blogs (vou indicar só um: "treta", vai lá) quase do mesmo jeito que vocês vão encontrar aqui. Mas aqui vai, afinal, como defensor dessa prática não posso me escusar de tomar partido.



Copyleft é uma forma de usar a legislação de proteção dos direitos autorais com o objetivo de retirar barreiras à utilização, difusão e modificação de uma obra criativa devido à aplicação clássica das normas de propriedade intelectual, sendo assim diferente do domínio público que não apresenta tais restrições. "Copyleft" é um trocadilho com o termo "copyright" que, traduzido literalmente, significa "direitos de copia". O texto em cinza

Pra mim é um pouco mais que isso, aprendemos que leis não podem ser ditas justas ou injustas para sempre livres das barreiras do tempo e da realidade. É justo limitar a todos pelo "suposto" direito de um? Respeito a autoria é diferente de abuso de autoria.

Richard Stallman popularizou o termo copyleft ao associá-lo em 1988 à licença GPL. De acordo com Stallman, o termo foi-lhe sugerido pelo artista e programador Don Hopkins, que incluiu a expressão "Copyleft - all rights reversed." numa carta que lhe enviou. A frase é um trocadilho com expressão "Copyright - all rights reserved." usada para afirmar os direitos de autor.

Umas das coisas que mais gosto na filosofia copyleft é essa força de se manifestar com inteligência, bom humor e firmeza, que são presentes em trabalhos e em cartas. Tem de ser em todos os meios, ou não vale a pena.

Um projeto (softwares ou outros trabalhos livres) sob a licença Copyleft requer que suas modificações, ou extensões do mesmo, sejam livres, passando adiante a liberdade de copiá-lo e modificá-lo novamente.

Pode parecer frase de sam raimi (homem aranha e os desastres subseqüentes), mas liberdade é indissociável do respeito.

Uma das razões mais fortes para os autores e criadores aplicarem copyleft aos seus trabalhos é porque desse modo esperam criar as condições mais favoráveis para que um alargado número de pessoas se sinta livre para contribuir com melhoramentos e alterações a essa obra, num processo continuado.

Ou seja, é porque eu não quero que você ligue na minha casa pra me perguntar se você pode me citar em qualquer coisa que você escreva. Mas não é só isso, como eu disse copyleft é também protesto. Nada contra o coldplay por exemplo, mas gerar um lucro que é superior a qualquer margem aceitável sob o pretexto de que não se faz pirataria é um absurdo. Falo disso por ter disponibilizado o que coloquei de download aqui.

Claro que você pode achar que eu sou um criminoso, seu direito, em respeito a ele eu vou delatar alguns dos meus cúmplices cúmplices: Samsung, sony, lg, google, é melhor eu parar por aqui, ou esse post vai ficar maior do que eu queria. Eu não seria nada sem eles.



Não vou propor soluções e fingir que descobri a roda. Mas simplificar e facilitar essa situação é possível, créditos do treta:






(*) Texto em cinza é da Wikipédia. Duvida? Olha aqui e aqui.

sábado, 14 de junho de 2008

da síndrome "dos sons e imagens"





life in technicolor
cemeteries of london
lost!
42
lovers in japan/reign of love
yes
viva la vida
violet hill
strawberry swing
death and all his friends
lost! (versão acústica) - faixa bônus
lovers in japan (versão acústica) - faixa bônus

Atualizado com o download do cd, senha: "dasindrome"



Viva la vida or death and all his friends. O chris martin disse que esse nome é inspirado numa exposição que ele viu da obra de frida kahlo, mulher, mexicana, artista, comunista, lésbica, com uma saúde frágil. Morreu no dia 13 de julho de 1954, ainda hoje se fala da possibilidade de suicídio. Na casa onde ela viveu, conhecida como "casa azul" um museu com um exposição perene das suas obras foi instituído dois anos depois de sua morte. Seus quadros que retratavam a cultura e a vida do méxico já estiveram em grandes galerias ao redor do mundo. Uma vez quando retrataram a obra dela como surrealista, ela disse que não pintava sonhos e sim a realidade que via a cada dia. Foi lá naquela casa que o líder do coldplay viu a frase de kahlo que tanto lhe inspirou.



moisés e o núcleo solar - frida kahlo - 1945



Pra entender a expectativa sobre o albúm basta ver que desde o dia 29 de maio desse ano esteve disponível no site oficial da banda o download da música "violet hill" que até o dia 12 desse mês (anteontem), dia do lançamento oficial do albúm, foi baixada por mais de 600 mil pessoas ao redor do mundo. Há um vídeo que o próprio coldplay lançou desse single que mostra vários líderes políticos e militares dançando e regendo a música e as suas guerras. Alguém me disse uma frase que acho apropriada, não lembro da pessoa mas lembro da frase: "a diferença entre fogos de artífico e bombas são apenas as cores"




Enfim, eu baixei o cd, e há três dias que eu apenas escuto coldplay! Sempre que falo de música aqui é sempre o rock inglês, é meu vício em músicas, não gosto de todos os "rocks da rainha" mas estão entre meus preferidos e esse albúm é mais do que motivo que justifique meu gosto. Desde a capa que é o quadro "a liberdade guiando o povo" de eugène delacroix (1830) até a citação da obra de frida que eu já falei aqui, a estética pra mim foi sublime. A tracklist segue ainda a linha do coldplay, músicas melancólicas e introspectivas, mas com uma renovação, como por exemplo uma leve sonoridade folk em "cemeteries of london" e "yes" e faixas que se destacam por entusiasmar com um ritmo ousado e uma letra poética à perfeição - "viva la vida".

Pra mim a forma é muito importante, quase tanto quanto o conteúdo por isso minha opinião foi tão positiva em relação a esse albúm. A referência a frida, a escolha da pintura de delacroix, que por coincidência ou não foi um dos auto-retratos dele (é o cara de cartola e mosquete a esquerda da nossa perspectiva), esse quadro foi uma tentativa de eximir a culpa política de delacroix por não ter participado da efervescência que engolfou a frança, o vídeo de "violet hill" que a banda lançou depois. Como eu já disse aqui, vícios não tem razões, só sintomas.




viva la vida o la muerte y todos sus amigos










quinta-feira, 12 de junho de 2008

da síndrome das "tolices"



Resolvi criar vergonha e aprimorar as atualizações. Pelo menos deixá-las mais freqüentes. Acho que demoro tanto por que acho que sempre tenho que escrever algo puro, soberbo e de uma simplicidade chocante e bela. Mas na boa, eu não creio que já tenha escrito assim aqui.

As vezes as coisas são só banais e tolas. É bem verdade que temos que escolher as palavras e em certos momentos o silêncio é um conselheiro muito melhor do que a tolice. Mas há muita sabedoria na tolice do mundo!

Hoje em uma discussão em que quase apanho, falando de geertz (hã?!) falamos sobre a percepção do que é certo no outro. Em geral quando ouvimos algo a primeira coisa que pensamos é na nossa acepção de certo e errado (como você agora enquadrando o que estou dizendo em categorias como "é pode ser" ou "ele tá doido"), até ai tudo bem, mas a grande pergunta é se temos que ficar só nesse limite. Em outras palavras: o outro tem uma espécie de razão que nunca consideramos, trazendo pr agora: há muita sabedoria na tolice, mas não nos preocupamos com ela porque ela não é a nossa sabedoria.

Então, Deus abençoe a metalingüagem, dá-lhe tolice: Do bobagento pro kibando (aliás indico ambos), text to speech, faz exatamente o que promete, fala, na língua escolhida, a frase digitada, achei muito útil, principalmente se você está estudando um idioma estrangeiro, além disso você pode deixar o vídeo carregado através de um link. Útil. Bobagem.



Ah, uma coisa, pra mim hoje não é dia dos namorados.


quarta-feira, 4 de junho de 2008

da síndrome das "mudanças"


De um só fôlego (novo):

Desde que comecei a jogar magic sempre vi as coleções como gigantescas. Bom, não precisa ser um expert, olha ai em baixo:



Começando da era glacial (na coluna da esquerda: era glacial, miragem, tempestade, saga de urza, máscaras de mercádia, invasão, odisséia, investida, mirrodin, salvadores de kamigawa, ravnica, espiral temporal, lorwyn e finalmente fragmentos de alara em outubro de 2008) os números de cartas em magic só veio aumentando. E isso é bom?

Sim, em parte, representa uma renovação e uma ampliação da estratégias de possibilidades, bem como sem os devidos cuidados representa que a sua estratégia de maio, com o último pântano sombrio, se torna completamente obsoleta já em outubro. Eu sei que posso estar exagerando, mas quando vi o que veio em pântano sombrio vi que estratégias raciais foram colocadas em igualdade com muita facilidade, e isso é bom, mas é ruim também. Por isso gostei da porposta de 748 cartas na no conjunto, principalmente por que ela não se resume só a isso. Estou muito ansioso para ver os romances dos planinaltas.

Rosewater explica esses e vários outros motivos e principalmente a necessidade de conquistar novos jogadores com sets mais trabalhados, só faltava chegar aqui no brasil logo, e coleção menores. Disse que ia ser rápido. Os créditos das imagens e os outros argumentos sobre a mudança, você encontra no artigo do mark rosewater aqui, e aqui o anúncio oficial.

Ufá, e lá vai tudo de novo.


domingo, 1 de junho de 2008

da síndrome dos "replicantes"

Há um bom tempo que estou tentando arranjar tempo pra escrever. Sabe, dá aquela preguiça. Queria falar sobre blade runner que re-assitir na versão do diretor, uma em que o deckard (harisson ford) não fica naquela narração no fundo, não achei que ficou bom.

O termo pra definir a atmosfera é cyberpunk, sou muito fã dessa temática, e em blade runner o ridley scott sintoniza o clima em parte noir e em parte futurista, fica perfeito. Tanto foi minha re-fixação com a obra, tinha uns 16 anos quando conheci a temática, que fui baixar o livro do philip dick, vou lendo aos poucos, num passo muito menor que gostaria. Se você quiser ler junto comigo, vai aqui, agora sem senha pelo rapidshare.

Pra quem não conhece a história é só ir na wikipédia, na versão em inglês é mais completo, afinal hoje em dia quase toda a informação é teórica, você se torna um especialista em minutos, mas se você tiver com preguiça ou curioso, vou te contar a minha visão, essa você não acha na wiki.

Numa cidade escura e lúgubre em que a tecnologia floresce e o ser humano se dissolve numa multidão de conceitos - a própria definição do tal cyberpunk - um ex-policial, deckard, volta a ativa, ele fazia parte da divisão especial chamada blade runner que caçava e matava ou na linguagem oficial, afastava seres chamados replicantes, até ai nada demais. Mas os replicantes eram uma mão-de-obra orgânica utilizada por seres humanos nas colônias de fora da terra (sim, o planeta. Não, eu não coloco nomes próprios com maiúsculas), ou seja, eram humanos que faziam o que humanos não faziam.

Deckard é "persuadido" a voltar, para caçar alguns replicantes que conseguiram voltar a terra em busca da redenção de seu limite. Todos os replicantes não deveriam ter emoções, mas alguns as desenvolveram e isso acabou gerando problemas, por isso eles foram banidos do planeta e receberam uma limitação, uma vida de 4 anos. Os fugitivos buscavam superar essa limitação. O blade runner designado para cuidar do caso, ficou entre a vida e a morte quando se deparou com um deles, então você liga os pontos.

Todo o filme tem uma linha em que a história segue, a linha pra mim é essa. Sim, tem as implicações morais, bem como a transformação dos replicantes em animais e depois um questionamento que usa a forma e as ironias para nos fazer ver os choques no assunto, mas tudo isso não tem como ser falado, essa é a graça da obra! Vá e veja, aqui por exemplo.

E olha que engraçado, lá na wikipédia você lê sobre o filme, aqui mesmo você pega o livro, e você ainda pode baixar e assistir o filme no tela quente, e não que é que tudo é teórico mesmo? Bom, acho que só nossas opiniões não são teóricas nisso tudo. Lembrei do roy (vai lá assistir o filme pra saber quem é) que disse:

"Eu vi coisas em que as pessoas não iriam acreditar. Naves de batalha queimando no cinturão de orion. Eu vi raios C brilhando na escuridão, perto do portão de tannhauser. Todos esses momentos serão perdidos no tempo, como lágrimas na chuva".

Tudo que é pessoal e secreto, se dissolve nas águas do teórico e público ou "não chore na chuva", sei lá, pode ter sido isso.


segunda-feira, 26 de maio de 2008

da síndrome do "respeito"



Havia seis santos embaixo da ponte

Um rato veio e comeu suas cabeças
Então, o rato é o verdadeiro santo.

Se o rato é um santo por que o gato o come?
Então, o gato é o verdadeiro santo.

Se o gato é o santo por que o cão o come?
Então, o cão é o verdadeiro santo.

Se o cão é o santo por que o lobo o come?
Então o lobo é o verdadeiro santo.

Se o lobo é o santo por que o fogo o mata?
Então o fogo é o verdadeiro santo.

Se o fogo é o santo por que a água o apaga?
Então a água é o verdadeiro santo.

Se a água é o santo por que o homem a bebe?
Então o homem é o verdadeiro santo.

Se o homem é o santo por que ele reza para os santos?

Provérbio budista

Seria certo falar em nossa natureza? Há poucos minutos vi no jornal local a chamada falando sobre o caso da agressão que sofreu o engenheiro da eletrobrás paulo fernando rezende.

Não vou me apressar e dizer que acho isso ou aquilo. Os kaiapós - e as outras comunidades indígenas - não são animais que devem ser "bem-tratados" e ai eles se comportam. A eles deve-se o respeito como a qualquer outro ser humano. Mas o que me impressionou foi a declaração do delegado da polícia federal (não atentei para o nome dele) que disse que: "a questão é definir se o facão é considerado ou não parte da cultura dos índios".

Discordo dele, não é essa a questão. Enquanto não pararmos de ver as organizações sociais diferentes da nossa pelos nossos olhos, estaremos apenas brincando de respeitar. O bispo dom erwin krautler disse o seguinte sobre o que aconteceu: "Tenho que dizer que o homem não usou de pedagogia para com os povos indígenas. Ele não entendeu a alma kaiapó, senão não teria acontecido nunca um incidente como este".

Se o homem é santo por que ele reza para os santos? É sua natureza? Ou seu costume?


sexta-feira, 23 de maio de 2008

da síndrome do "d&d 4ª edição" ou do "sempre sonhar"

No último final de semana ao redor do brasil (28 cidades) houve um evento chamado "dia d do rpg". Um espaço dedicado a mesas e palestras falando sobre o tema. Não fui.

A estrela do evento foi o d&d 4ª edição. Vou falar o banal e dizer que o sistema d20, ou d&d, estava carregado de críticas desde o lançamento da versão 3.5, que foi um conjunto de modificações executadas na 3ª edição que na realidade não representaram grandes mudanças ao sistema - fala isso pra um ranger/monge. O dia d do rpg era uma forma de apresentar em grande escala o que é a 4ª edição do sistema mais amado por milhares de jogadores ao redor do mundo (eu inclusive), ao menos foi isso pra nós aqui no brasil. A lista de patrocinadores envolvia devir, wizards, white wolf, yamato dentre muitos outros.

Um pequeno documento em português foi disponibilizado para download no site do evento. Não vou tecer comentários demorados (até porque não fui ao tal evento como disse), se eu fosse provavelmente iria exagerar. Sou muito fã do trabalho da wizards e gostei das modificações, é um novo universo, amplíssimo!

Na última semana estive afastado do blog, estive estudando e, aproveitando o final de semana prolongando, resolvi voltar. Uma das minhas ocupações, foi dar forma as várias vozes na minha cabeça, foi viajar na velocidade do pensamento por túneis de pedra sobre cidades majestosas. Sou o mais nerd dos nerds falando isso: eu adoro rpg, é como sonhar.

Se todos os planos derem certo, mais uma faceta dessa síndrome que cai sobre mim vai se revelar. Um blog especializado em rpg, com crônicas, disponibilização de livros, revistas, suplementos e o que mais me vier a cabeça. Tentando facilitar a obtenção de meios que permitam uma maior democratização dos veículos de narrativa de vários sistemas. Por enquanto estou apenas juntando acertos*, mas quem sabe logo.




*é uma mecânica dos sistema d20 que representa uma certa quantidade de sucessos em diversos testes e planejamentos que um criador de determinado item ou magia deve possuir minimamente.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

da síndrome das "tribos"

Sem colocar grandes acréscimos à história, isso é o que somos: sangue, carne e dentes. São nossas partes mais frágeis e as que mais cuidamos. Tá, tudo bem sei que estou exagerando, mas é que levando em consideração o que ocorreu estou sendo até razoável.

"Oclusivo 17 e 18", acho que foi assim que o odontólogo chamou a dor que eu estava sentindo. Meus dentes, o 17 e 18 (?) traíram a fidelidade que cobrava deles e trincaram, quebraram de dentro pra fora, talvez por causa de um choque talvez por causa do mau cuidado que dispensei a eles. O fato foi, que por minha falta de cuidado, em protegê-los ou limpá-los, eles ruíram, e eu com eles.

Minha noiva diz que eu sou um frouxo para dor, ela está certa. Deus! Como isso dói! Não consigo pensar com essa dor, até mesmo o circular do meu sangue dói! Tentando esquecer a dor - vou voltar no odontólogo hoje - esbarrei (um termo mais comum do que o esperado nessa situação) com coisas nessa blogosfera da vida. O blog é o anel de caveira, um dentre tantos blogs que fico lendo pra passar o tempo. Lá encontrei uma postagem sobre tipos de nerd.


1. O fã

2. O fanático musical

3. O gamer

4. O cara das bugingangas eletrônicas

5. O hacker

6. O otaku

Lembre-se, bom humor, não leve muito a sério (ele usou uma classificação simplista), e dê uma forra e vá ler a descrição in loco. Ele retirou as classificações e imagens do
manual geekster da wired.

Eu acho que, pelo menos em parte, me encaixei em 3 classificações - fã, gamer e otaku, com ressalvas a descrição que ele fez. Todos nós nos colocamos em "tribos", pela necessidade de não nos sentirmos isolados, pela necessidade de encontrar semelhantes ou pelo menos de compartilhar, é claro que tudo isso pode estar errado, afinal isso é senso comum em relação a tribos sociais. Auto-afirmação? Necessidade de dividir? Ou apenas uma convergência de interesses? A única coisa que me vem a cabeça agora: Cara, como meus dentes doêm!



terça-feira, 13 de maio de 2008

da síndrome de "fratellis"


Faz uns meses que comentei sobre o novo rock inglês e cá estou de volta. Mas fratellis tem um som muito específico - e não só por ser escocesa, muito diferente. São 4h11m da manhã e eu deveria estar "quase" acordando, ou pelo menos ajudando a montar a formatação pra uma monografia que devemos entregar dentro de 3h, mas se estou operacional o suficiente pra escrever, para o mal e para o bem, devo isso a for the girl do fratellis. Assim que você ouvir a primeira música você vai compreender o que quero dizer.

A primeira apresentação foi num bar (o'henry) em glasgow em 4 de março de 2005. O som é indie rock, acho que no caso de fratellis posso dizer que um rock "pra cima". Foram considerados como uma das bandas mais promissoras da grã-bretanha em 2005 e em 2006 lançaram o primeiro disco (the fratellis ep), uma boa forma de medir a repercussão do disco é saber que, à época do lançamento, pra comprar um, você teria que estar disposto pegar um usado (a tiragem foi muito baixa) e gastar em torno de R$ 120,00 no ebay.

Se você curte indie, ou se não, fratellis pode fazer você mudar de opinião, reclamam muito que o som é "bolo de caixa", com receita pronta e que parece música de "auto-ajuda". Não é bem assim, algumas letras são mais despretensiosas e com certeza o som é feito de um jeito bem leve, mas ainda assim forte (leve e forte... alumínio então né?). Mas os solos são incríveis e a leveza da música é o que te permite entender a música e a tal força do estilo deles. Foi como eu defini antes, pra mim, fratellis é muito divertido. Perfeito pra madrugadas de terças-feiras. No entanto tem efeitos colaterais:



Se eu fosse fazer uma lista de coisas estúpidas que são divertidíssimas, isso ia entre os 5 primeiros. Bom espero que não precisem de mim no trabalho por hora, vou pular na rua.


playlist:

baby fratelli,
for the girl,
chelsea dagger (a música do vídeo),
henrietta,
whistle for the choir.

domingo, 11 de maio de 2008

da síndrome de "berserk"



Ainda ontem tive uma discussão bem interessante com a natsumi-sama sobre "berserk". Em uma dessas noites em que não tenho o que escrever vim aqui e fiz mais uma conjunção de relatos do que per si uma narração ao menos. Acho que hoje posso falar melhor sobre isso.

Berserkers eram guerreiros de origem nórdica, o termo vem da palavra "beresark" que designava uma casta de guerreiros (assim como os ulfsarks), os primeiros era vistos como tendo a incrível capacidade de, mesmo sem armaduras, repelir as armas e ataques dos inimigos. Um aproximação do mito nórdico de baldur que, a semelhança de aquiles, teria sido protegido pelos deuses (aquele com o juramento de todas as cosias, este com o banho no estige, depende da versão as "proteções" mudam). Alguns estudiosos crêem que a condição de fúria de um berserk era fruto da ingestão de cogumelos alucinógenos que os garantiam maior resistência a dor. O fato, é que berserkers pensavam coma espada, e nesse ponto o nome para o seinen é bastante apropriado.

Vários aspectos da conversa de ontem me fizeram pensar sobre a série. Primeiro, a série foi primeiramente editada em 1988, num concurso de escola em que miura conseguiu ser vencedor apresentando um protótipo de 48 páginas de berserk. Apenas 2 anos depois, a hakusensha começou a lançar alguns volumes não seriados, 4 ao todo. Foi apenas em 1992 que a série foi lançada oficialmente, e ainda é até hoje, a cada segunda e quarta sexta-feira do mês. E qual é o grande problema de berserk? Afinal uma série que dura mais de 16 anos deve ser boa certo? Nem sempre.

A história de berserk é sobre um órfão que aprendeu desde cedo a combater como única forma de pensar, seu nome é guts (ou gatsu). Ele se une a um exército mercenário chamado "taka no dan" - o bando do falcão - lá ele faz novas e firmes amizades e a série se foca no relacionamento de guts com griffith (líder do taka no dan) e caska (uma das comandantes). Até ai surge a grande pergunta, o que há de novo? Um cara usando uma espada grande que faz grandes amigos e que dentre estes sairá seu inimigo, vemos esse conceito em final fantasy (quase todos os antagonistas já tiveram uma relação de a amizade com alguns dos protagonistas). O que há de novo foi o quando.

Quem acompanhou alguns dos seinens/shounens e mesmo jogos de rpg mais recentes vai ver isso, claymore, final fantasy, naruto, bleach, a mesma seqüência de estereótipos nos temos em berserk. Mas a grande capacidade da série, na minha opinião aleijada de quem gosta, é fazer a história ultrapassar isso. Temos personagens sôfregos é verdade, a exemplo a caska e o próprio guts, que representam um ideal machista e extremamente simplista da personalidade feminina em um mangá ou anime. Mas a obra é ampla, limitada, mas ampla. Vale a pena ler e assistir, de certo que não é o melhor anime do mundo (na minha opinião fullmetal o é, empatado com suzumiya) e nem eu acho isso. Mas ainda assim vale a pena, pode ser que você não goste e nunca vá gostar (como a natsumi-sama por exemplo rs), mas vale a pena tentar. Ao menos você vai ajudar a alguém que tenha gostado tanto assim da série, a "ver" melhor a obra, como foi o que aconteceu comigo.

Quão interessante nos seria poder rever nossos gostos, crenças e opiniões de vez em quando não? Ou será que não? Enfim, seguir cegamente com sua opinião formada imune a críticas, ou repensar seus gostos, mudar. Ambas são a síndrome de berserk.




quinta-feira, 8 de maio de 2008

da síndrome sem nome

Berserk é um manga/anime do tipo seinen (temas fortes geralmente indicado pra grupos mais maduros) de miura kentaro (1988) que posteriormente foi adaptado pra anime. Já recebi muitas críticas positivas e negativas sobre o manga. O fato é que estou gostando muito!

Trata sobre a crueza do espírito humano e sobre o que vale a pena se apegar, sobre quanto vale um sonho e sobre os sacrifícios que são necessários. Eu estava me esquecendo disso dos sacrifícios...

Fico me perguntando o quão longe vamos por um sonho... Quando comecei a escrever, não sabia sobre o que ia falar... apenas fui escrevendo, ia nomear essa síndrome de "impressões noturnas", mas não seria o nome correto. Afinal eu apenas fui escrevendo...

Então uma piada, o batman e o coringa conversavam depois que o batman havia frustrado os planos dele e resgatado o comissário gordon da tentativa do coringa de enlouquecê-lo. O batman diz: Você sabe onde isso vai nos levar... um dia seguiremos por um caminho que não vai ter volta.. É hilário mas eu lembrei de uma piada, é a resposta. Dois loucos tentavam escapar do hospício, um deles pulou pro outro lado e chamou seu companheiro, este disse que tinha medo e não conseguia pular, o primeiro assegurou que ele manteria a luz da lanterna acesa e que o amigo poderia cruzar por ela.

- Você é louco? E se você apagar a luz?

...

o batman riu.


terça-feira, 6 de maio de 2008

da síndrome de "john ford"

Opa! Segundo post seguido falando de filmes, pelo jeito isso aqui vai ficar parecendo um blog de cinema - ha! That'll be the day! (Até parece...)

***

Sendo rápido, john ford é um gênio! Os traços de sua obra estão vivos até hoje. Há poucos minutos estava lendo um blog de amigos, eles fizeram uma lista de heróis e colocaram no topo dela o batman. Concordo com eles, e se eu concordo devo a john ford.

Ele foi um dos primeiros diretores a destacar o personagem amoral, que não tem vergonha de odiar seu inimigo, de cumprir votos vencidos e enxergar a futilidade de certos "luxos" civilizados. E se estou falando isso foi graças a volta do "cinema na casa", um conjunto de exposições de filmes, nos moldes de um cineclube (ou seja na faixa, de graça, sem pagar nada e totalmente gratuito), todas as terças-feiras as 18h30m na "casa da linguagem", em frente a yamada na avenida nazaré (logo no início) ao lado do prédio do inss, n.° 31, coordenadas no google earth 34 08 00.40 N 118 19 17.28 W. Durante todo o mês de maio, será o ciclo john ford. As quatro exibições serão:

“rastros de ódio”, (foi hoje)
“paixão de fortes”, (13/5)
“o homem que matou o facínora” (20/5) e
"no tempo das diligências" (27/5),

Uma das cenas que mais me encanta é quando o personagem de john wayne (ethan andrews) atira nos olhos de seu inimigo comanche morto, pois na crença do comanche, a alma dele precisava dos olhos pra cruzar para o mundo espiritual, sem os olhos sua alma estava condenada.

Não me entendam mau, não quero fazer apologia a cultura americana do selvagem maligno e dos exploradores vítimas, já fiz 8 anos e sei que fadas existem mas não são bonitinhas e alegres e sim negras e assustadoras. Lembro de histórias e desastres suficientes pra entender como foi o resultado do choque de duas culturas tão antagônicas. Mas sabe o que fascina? O fato de john ford, através do outro john, o wayne, aceitar esse preconceito (o que, por exemplo, ele sente pelo personagem de jeffrey hunter, um mestiço). A segunda coisa que me encanta? O olho de ford.

A câmera estática flerta com a inocência do público. Nada de ângulos escabrosos e irreais, ela está ali, parada, discreta, e ela está assim, porque o olho de ford sabe que eu tenho que crer que aquilo é real! Tenho que ser encantado pela crueza e possibilidade de tudo aquilo, tenho que saber que é de verdade! A outra manifestação desse olho é nos espaços.

A primeira tomada de "rastros de ódio" (preferi o título em inglês, the searchers), é um avanço discreto de câmera através do vão de uma porta, onde a silhueta de uma mulher com um vestido antigo é recortada diante da paisagem grandiosa, e a medida que essa visão se amplia, nossos olhos são espancados pela grandiosidade do deserto, a sua aridez, que pode esconder um ethan andrews voltando pra casa, é a mesma que continua a seguir seu curso com uma casa queimada.

Não quero estragar o sabor de quem ainda não provou dessa história. Mas semana que vem, na terça-feira, na casa da linguagem, as 18h30m mais uma vez ford nos fará ver por seus olhos. Pode não parecer, mas existe um mundo sob o "mundo" que é belém.

"Is this an invite to a necktie party, Reverend? "





domingo, 4 de maio de 2008

da síndrome da "montanha sagrada"


Existem muitas bandeiras que não me incomodo de carregar quase sozinho. Contudo, essa em específico quero e não quero carregar. Gostei muito de "a montanha sagrada" de jodorowsky (na foto).

Ontem as 21h30m estava esperando os momentos de excitação que antecediam a "sessão maldita". Apesar do vento frio de uma noite chuvosa, a movimentação de carros e pessoas me levarou a crer que talvez não fosse lá tão maldita a tal sessão, mas não era bem assim.

Ontem quando cheguei, ainda havia os resquícios do I jirau de literatura paraense, e além disso o humorista paulo silvino iria se apresentar no margarida schiwazzappa, portanto as roupas caras e perfumes finos que desfilavam pelos pátios eram explicados. Mas a medida que as horas iam fluindo e a marca mística das 21h30m se aproximava o público ia fazendo jus ao nome da sessão.

Pontualmente, sem anúncios, sem introdutórios, as 21h30m o som (altíssimo, quase ao ponto de atrapalhar o entendimento) inundou a sala. Não posso dizer que o filme como um todo foi perfeitamente compreendido, precisaria de mais o dobro de minha vida em experiência pra isso. Mas a falta da compreensão completa não prejudicou a mensagem(!).

Repleto de referencias cristãs e filosóficas de ótima qualidade, com uma contundente crítica social, foram os 114 minutos mais enigmáticos da minha vida.

Valeu a pena.

A forma como as metáforas foram construídas foram sublimes. Meu momento preferido foi a marcha de soldados pelas ruas da cidade levando como estandarte a carcaça de animais mortos. Ou mesmo as doze madalenas em lugar dos doze discípulos que nos levavam a questionar a forma e cara da igreja cristã oficial.

Mas de todos, destaco (mas não revelo) com especial carinho o que deu nascimento a síndrome da montanha sagrada. Pela história e mitologia, mesmo a cristã, elas são onipresentes. São montanhas que em seu cume possuem o conhecimento para se conquistar a morte, alcançar o topo é alcançar a própria imortalidade! Quer seja o sinai que fez de moisés imortal (judas verso 9) ou qualquer outra que o seja. A mais difícil de alcançar,e esse é o grande mistério, é a montanha que reside no topo de nossa mente, aqueles que lá alcançam, libertam-se do corpo e da imagem e vivem como idéias.

Cheguei em casa encharcado de imagens, algumas nunca vou conseguir enxugar, para mal e para bem. Sublime, voltei com dor de cabeça pra casa - literalmente - mas sublime.


sábado, 3 de maio de 2008

da síndrome da "sessão maldita"


- Vais te ocupar no sábado?

- Que horas?

- Tarde, a noite?

- Não.

- Vamos assistir um filme, no centur?

-...

E assim começou, minha busca pessoal e compartilhada para entender qual seria o tal filme, montanha maldita, montanha sagrada, sessão da montanha, uma confusão de termos e adjetivos se espalhava pela minha cabeça.

Algum tempo depois lady sarajevo (quem me convidou) e eu encontramos algo interessante, um texto de fábia martins da associação paraense de jovens críticos. O filme é a montanha sagrada, de um diretor chileno de descendência russa (conta como filme latino americano ou oriental?) a sessão é a chamada maldita no cine líbero luxardo (o centur sabe?).

Imagine as expectativas envolvidas em assistir a um filme chamado "montanha sagrada" na "sessão maldita" as 21h30m? Pelo que encontrei nesse texto que referi o termo advém da exposição de filmes que não fazem parte do circuito comercial em um horário que não faz parte desse mesmo circuito. Ainda não vi o filme, mas a sinopse me deixa antever que é exatamente isso que o filme o é.

Um grupo de nove amigos busca a imortalidade através de processos alquímicos, há a presença de um arquétipo de cristo, que afinal é fundamentalmente um dos únicos imortais na mitologia cristã e uma discussão de valores que determinam a construção social e moral vigente, as narrativas do sonho e da realidade "são complementares do relato". Confusos? Pois é eu também, mas pensem pelo lado bom, eu vou assistir o filme e (sinto) vou ficar muito mais confuso.

As horas de sábado (pra mim um dia sagrado) passam flúidas por mim (como aliás sempre foram pra mim), e enquanto as trevas não vem, fica a expectativa... até onde iremos na montanha pela mão de jodorowsky? Assim que souber eu lhes digo... Bons programas (seguros) de sábado!


A MONTANHA SAGRADA,
ALEJANDRO JODOROWSKY
(the holy mountain, eua, 1973, cor, 114 mim.)


quinta-feira, 1 de maio de 2008

da síndrome do "eterno retorno"


"E se um dia ou uma noite um demônio
se esgueirasse em tua mais solitária solidão
e te dissesse:


Na nossa língua, a maioria das significações da palavra "retorno" tem esse sentindo da volta, do fazer o que se estava fazendo, da retomada.

"Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste,
terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes:
e não haverá nela nada de novo,
cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro
e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida
há de te retornar,
e tudo na mesma ordem e sequência...


Nietzsche tinha uma historinha que contava que falava sobre um certo demônio que ofereceria a sua vítima o sempre repetir um certo momento, e vivenciar cada emoção (daquele dia ou segundo, depende da perversidade do tinhoso) mais uma vez ou para sempre. O teocida perguntava (retoricamente ou não) se havia alguém que lhe agradeceria por este castigo.

... A eterna ampulheta da existência
será sempre virada outra vez -
e tu com ela, poeirinha da poeira!"


Hoje resolvi "voltar". Se nietzche estiver certo é com razão que uso esse termo, pois tudo na vida é cíclico, nossas emoções, momentos, memórias, são repetições. E a grande pergunta é: amamos essa vida repetida? Abençoamos a este "ser" que nos concede a dádiva de viver uma reptição de momentos? Retornar a escrever é tão diferente de retornar a faculdade? De retornar a trabalhar? Ou de continuar qualquer outra atividade que me foi importante e desafiadora no passado? Merece que eu divulgue publicamente minha decisão como se fora um anúncio?

Não te lançarias ao chão
e rangerias os dentes
e amaldiçoarias o demônio
que te falasses assim?


Se me respondem não, pelo o que vale a pena viver? Se me respondem sim, qual é a grande diferença entre viver e não viver, pois tudo é sempre igual?

Ou viveste alguma vez
um instante descomunal, em que lhe responderías:
"Tu és um deus e nunca ouvi nada mais divino!"


De certa forma concordo com o irmão de elizabeth, sim a vida é uma seqüência de repetições, sendo assim de fato não me afastei do que fazia (pois se a vida se repete, sempre fiz o que fazia). Mas por outro lado discordo dele.

Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti,
assim como tu és,
ele te transformaria e talvez te triturasse:


Um homem não pode banhar-se no mesmo rio duas vezes. O homem muda e o rio muda. Parece filosofia de caminhão, mas é um aforismo de heráclito de éfeso (rapaz gente fina com bom gosto pra companhias). O eterno retorno é um fato, mas também é uma utopia.

a pergunta diante de tudo e de cada coisa:

A cada segundo mudamos, aprendemos mais, vivenciamos mais e isso nos faz diferentes. O ser sempre busca identidade, o ser sempre busca o retornar a algo familiar, seguro identificável, mas apesar de tudo sempre retornar, nem nós, nem o que retorna é o mesmo.

"Quero isto ainda uma vez e inúmeras vezes?"

Omnia mutantur nos et mutamur in illis (ou nihil interit).

gaia ciência


* Acordar pela madrugada pode ser mais prazeroso do que dormir até tarde

* O pedro tem cara de moleque até quando dorme

* Um vídeo bobo pode te fazer chorar, mesmo que você o tenha feito

* Nunca prestei atenção que o 1° de maio é dia do trabalho

* Sentimentos são mais eloqüentes que palavras, mas dizer com todas as palavras "eu te amo" envolve muitos sentimentos

* Existem muitos "1° de maio"

* Quem sabe eu ainda mostro um vídeo pra vocês explicando tudo

domingo, 6 de abril de 2008

da síndrome do "binômio de newton"



Tal qual o vento, o tempo é invisível. Não se vê, apenas é possível sentir sua passagem.

"
O Binómio de Newton
O binómio de Newton é tão belo como a Vénus de Milo.
O que há é pouca gente para dar por isso.
óóóó---óóóóóó óóó--- óóóóóóó óóóóóóóó
(O vento lá fora.)
(Fernando Pessoa, Poesias de Álvaro de Campos)
"

A chuva e o vento (tempo) me afastam. Mas eu vou voltar, por força que seja, mas eu volto!

quinta-feira, 3 de abril de 2008

da síndrome da "estrada solitária"



Aqueles mais atentos devem ter notado que os textos ficaram mais rarefeitos nesses últimos dias. Se tornaram menores, e o intervalo entre eles maior. Quando pensei nesse blog, imaginei um espaço onde eu pudesse dividir minhas opiniões, meus gostos, "coisas" sem explicação ou motivos, minhas síndromes. Não imaginei que hoje perto do aniversário de terceiro mês teria quase 3.000 visitas (mas o stat counter me diz que poucos permanecem tempo suficiente pra ler algo de fato), não imaginei que eu teria uma freqüência diária de escrita, não imaginei o quanto me fez bem.



Bom, agora uma das estradas pela qual eu sigo está me tomando muito tempo. É uma estrada longa e complicada, uma que não deveríamos seguir sozinhos, mas acabamos por fazê-lo. Se tem uma coisa que a estrada (essa UNIVERSIDADE da vida) me ensinou foi: "Dê seus próprios passos, ninguém vai segurar sua mão". Acho que estou fazendo isso, tenho me esforçado. Por esses dias aqui nessa estrada de síndromes vou vir uma vez a cada dois dias, e por lá naquela estrada solitária vou decidir que passos dou, vou tentar seguir esse conselho mais uma vez.



Uma última pérola da sabedoria do auto aprendizado: "Eu não venho aqui pra dar aula, venho aqui pra me divertir!", sorte a meus companheiros de universid... digo estrada, até dia 5/4!


Você consegue ver a "estrada solitária"?



terça-feira, 1 de abril de 2008

da síndrome dos "olhares, gestos e palavras"


"


"

música - la valse des monstres


Em homenagem aos olhares, gestos e palavras que não sabem sonhar por mim, mas que eu amo e de mim fazem parte.

Obrigado.

E antecipadamente, feliz aniversário!


segunda-feira, 31 de março de 2008

da síndrome da "resposta inesperada"



"Dear Thiago

Thank you very much for getting in touch. I am very glad that you
enjoyed my book and only sorry that only the condensed version is
available in Portuguese, not the full version.
It certainly makes all the hard work and heartache of writing it
worthwhile to hear from others who have taken inspiration from it.
I wish you well in all the challenges that you face in your own life
and hope you have success in every venture.

Thanks again for taking the trouble to write.

Kind regards
Jamie"


Os acontecimentos inesperados são os que mais dizem a nós. Bons ou maus, são os que melhor nos ensinam.

Eu esperava só uma resposta padrão. Fiquei sinceramente feliz por estar enganado. Votos assim pra todos nós.

:)

Pra entender melhor.


sábado, 29 de março de 2008

da síndrome do "olho de urbog"

Uma vez ouvi numa mesa de rpg, que os vilões são dados a injustiças. Então hoje, quero falar sobre um vilão.

Dentre os decks que eu tenho um deles tem o "olho maligno de urbog". Pode parecer uma estratégia arriscada. Cinco manas (4-I/1-P), criaturas que não sejam do tipo olho não podem atacar, tem toque mortífero e é uma 6/3. O toque mortífero não parece grande coisa (afinal muita coisa morreria só com esse poder 6 dela), mas se a estratégia adversária for baseada em barreiras ou criaturas com grandes resistências a coisa muda de figura. Contudo, ele ainda parece isolado e sem propósito.


Contudo, parafraseando sun tzu, um exército sem olhos não pode enfrentar seu inimigo. Criaturas como o olho precisam de seus pares. O irmão mais velho dele é bem mais antigo. Logo quando ele saiu (à época da "legends") a estrutura de carta baseada em tipo ainda não estava totalmente definida e era muito imprecisa. Depois de organizada essa estrutura ela primeiro foi considerada uma "horror type". Foi só com a "time spiral" que ela passou a ser considerada uma criatura do tipo olho. Apresento-lhes o motivo pelo qual não se pode tirar o olho de urbog de um deck (essa foi a injustiça a qual me referi no início): O olho maligno de orms!


Não permite bloqueio (a exceção de barreiras) e com o seu 3/6 é a defesa ideal!

Claro que não faria mal colocar uns morfolóides que por serem todo tipo de criatura, também são do tipo olho e criaturas negras que se possa sacrificar para ajudar os olhos a brilharem. Não extamente a mais forte das combinações, mas é uma das mais interessantes. Um conselho: Sempre mantenha seus olhos na batalha (e isso não vale só pro magic).


quinta-feira, 27 de março de 2008

da síndrome de "nazaré"



Hoje em dia, muito se fala sobre pirataria e os problemas que cinemas e gravadoras estão tendo. Fala-se de milhões sendo perdidos. Afinal realmente deve doer no bolso quando um cd que tem um preço médio de fabricação de $ 4,00, fica encalhado nas prateleiras porque ninguém se dispõe a pagar os R$ 50,00 que são cobrados (e mesmo nas mais grotescas cotações, a diferença é grande!)

Há pouco no jornal local da rede globo, a notícia do desmoronamento do cinema nazaré foi repassada. A primeira apresentação foi ontem. Uma das mais antigas e belas salas de cinema do brasil desmoronou. O motivo foi apenas um: um acidente.

do lat. accidente

s. m.,
acontecimento fortuito;

percalço;

desastre;

infelicidade, revés;
Retirado do dicionário virtual priberam

Ora, se foi um acidente (como disse nosso famigerado jornal local), não foi culpa de ninguém correto?

Pois bem, a PORTO SALGADO ENGENHARIA LTDA, empresa do nordeste brasileiro, foi avisada duas vezes pela delegacia regional do trabalho. No primeiro aviso, em 8 de fevereiro, foi constatado a falta de utilização de equipamentos de segurança, a falta de cuidados nos sistemas elétricos dentre outras irregularidades.

Um jovem de 23 anos foi levado ao hospital com fraturas expostas na perna e no braço, ele caiu de dez metros e ficou sob escombros por muito tempo. Ele teve sorte, um incêndio seria muito pior pra ele.

A empresa não pagou os direitos dos 62 trabalhadores que ela trouxe do nordeste, os alojava em salas improvisadas nos fundos da obra e dispensava aos trabalhadores uma condição sub-humana, sem nem mesmo os cuidados básicos de higiene e conforto.

Acidente.

Não, a empresa não foi a responsável pelo fechamento das portas do cinema nazaré. Foram os lucros que não cruzaram aquelas portas. Num momento onde não vamos mais a cinemas e sim a shoppings, onde não fazemos fila no sol e na chuva pelos ingressos, mas vamos comer uma pizza e ver se esta passando um filme legal, a resistência do cinema nazaré foi heróica.

Falamos de pirataria de filmes, mas a verdade é que deixamos de amá-los. Apenas estamos com eles por conveniência, por comodidade. O cinema nazaré era uma testemunha disso. Ele ia se transformar numa loja de departamentos. Digo ia, pois ele não existe mais, não pra mim. Na minha mente ele sempre será o imponente teto de gesso que vazia lembrar um céu emeranhado onde imagens e sons se impregnaram, o mar de assentos que como ondas te atiravam na direção do filme, o ar elétrico que sempre esteve no corredor que antecipava o êxtase de uma estréia. Pra mim ele será assim.

Queria dizer que ele caiu de dor e vergonha. Mas a verdade é que não houve algo como um "acidente". Tudo foi um processo que culminou na notícia de ontem e de hoje.

Hoje é dia mundial do teatro. Fantasias irmãs.

Hoje é aniversário do ver-o-peso (381 anos). Memórias irmãs.

Em respeito ao luto da queda de um, o silêncio pela persistência do outro.




Projetores sendo retirados.
Até outra vida, quando formos ambos gatos.

Dessas e outras imagens, belém centro
Dessas e outras impressões, 100grana



quarta-feira, 26 de março de 2008

da síndrome da "vida por inteiro"

Cinco dias se passaram em completa escuridão e frio. Noites, manhãs, tudo apenas é um conjunto de memórias borradas, as únicas certezas são o frio enregelante e o vento forte dos alpes franceses. A consciência podia oscilar entre o real e o imaginário, mas em ambos, a forte tempestade que aprisionou jamie andrew e seu amigo no topo das droites estava presente.

Essa é a história de jamie andrew que ele conta em seu livro "por inteiro" (life and limb). Uma história de superação. Claro que existem muitos exemplos de superação em livros, filmes e qualuqer outro meio possível, mas na história dele em específico o peso das cicatrizes emocionais e físicas que ele trouxe consigo da montanha, e a crueza com a qual ele nos permite dividir cada sensação, cada medo, cada sucesso e fracasso, faz com que a história seja nossa também.

Nunca aceitar a palavra impossível. Nos últimos meses tenho pensado muito sobre o medo que sinto de encarar meus próprios desafios. Meu medo é de duas palavras: futuro e estagnação. Eu as vejo como partes de uma balança.

Tenho medo do futuro, por que não sei o que fazer com ele! Não sei se vou conseguir trabalhar no que gosto, se de fato gosto do que acho, se vou conseguir vencer os meus desafios internos e pessoais e de muitas outras coisas. Tenho medo do futuro por que ele é etéreo demais para se apoiar nele.

Tenho medo da estagnação por que ela me ameaça do canto do olho. Cada vez que questiono o futuro sinto medo dela e da resposta fácil que ela representa, tenho medo de me acostumar a ela e me deixar vencer.

Sei que devo fugir da estagnação com prudência e enfrentar o futuro com responsabilidade. Mas tenho medo de falhar nisso.

Há uma seqüência no livro em que jamie tem dúvidas se ele está pronto pra enfrentar o mundo fora do hospital. Ele se questiona e se vê com muito medo do que o aguardaria lá fora. Basedo nesse medo ele decide: É hora de sair.

Não em envergonho de sentir medo. Creio que é natural (ao menos em mim o é), me envergonharei se um dia eu deixar o medo me controlar, se eu não encará-lo e tomar uma decisão tão parecida com a de jamie. Não posso ser prepotente e afirmar: "Eu consegui", mas posso dizer com segurança: "Não estou sozinho, não vou me entregar".

O dia de hoje, pelos vinte meses que representa e pela leitura final do livro me fizeram pensar no quanto as pessoas ao meu redor são importantes pra mim, no quanto eu posso fazer. Se eu sinto medo do futuro e medo de estagnar, só uma coisa há a fazer: Enfrentá-los com tudo o que eu tiver, e sei que minhas palavras não me trairão!




terça-feira, 25 de março de 2008

da síndrome do "dia deu em chuvoso..."



Tenho a sensação que todas as vezes que volto a belém, não importando de onde venho, a cidade me recebe cinza.



Como amazônida, sei que a palidez da manhã e a chuva fina pela madrugada significam: um sorriso.



São por manhãs assim que amo essa cidade úmida! É como uma irmã temperamental (entendo disso muito bem), te fecha a cara, te provoca, e quando pensas que vais ter um dia horrível, te sorri com ternura.



Minha cidade úmida, sinto tua falta todo dia!





belém, durante a chuva
aquarela, 40x28cm, 1998
jorge eduardo



quarta-feira, 19 de março de 2008

da síndrome dos "valores"



פסח

A primeira manifestação da páscoa simbolizava libertação. O povo de israel, que a época era apenas um conglomerado de ex-escravos, comemorava não somente a libertação física, mas também a libertação espiritual. O peshac simbolizava que Deus, os havia escolhido, nunca mais haveria servidão.

Isso foi em 14 de nissan, no primeiro ano do calendário judaico.

Uma outra importante páscoa, que ainda se expande a nós, foi a que ocorreu com o acompanhamento da morte e ressurreição de um homem. Até hoje os cristãos a comemoram. Ela simboliza que a liberdade é possível. Se a primeira páscoa era para os libertos, a segundo se estende aos escravos. Ela fala que é possível ser livre, ela fala que a impossibilidade é uma convenção.

Isso foi no 30º ou 33º ano de nossa era.

Hoje a páscoa é um feriado.

***

Não me levem a mal, não quero ser legalista aqui, a síndrome dos "valores" não é ligada ao que eu acredito, ou ao que individualmente você acredita. Ela é a síndrome de mudar nossos símbolos e valores. O que é bonito o que é feio o que é piegas o que é puro. A síndrome dos valores apenas nos diz uma coisa: "Os rótulos são convenções". Sempre em mudança, como a páscoa... como tudo o que vocês lêem aqui, até mesmo esse texto.

Até 24-3

terça-feira, 18 de março de 2008

da síndrome dos "pensamentos repetidos"

Admito, os créditos não são meus. Mas nesse espaço livre de censuras que é a internet, todos temos síndromes. Nesse espaço sem alter ego que é a vida, todos temos síndromes. Como diria minha irmã: "c'e la vie".

Bom, mas o fato é que de fato a síndrome não é minha, ou o é? Mas eu só a repito, a transcrevo (então é minha, mas se é minha...)

Já imaginaram todas as formas possíveis e seguras e corretas e bonitas de se viver? Pois é, são belos modelos, que repetimos, e repetimos e repetimos. E passamos nossos dias a olhar pra um espelho do que seria legal se fôssemos.

Pessoa (fernando) uma vez disse que se alguém conseguisse escrever a história do que teria sido, essa sim seria a verdadeira história do ser humano. Por que todos temos medo de ousar o que teria sido, preferimos repetir a fórmula que deu certo e nos recusar a ousar a não tentada, e ainda a rotulamos: "tá fazendo besteira", "você tá errado", "sonhador..."

Em geral sou orgulhoso de minhas síndromes, as ostento como pedaços de mim, como meus pendões. Mas dessa não. Dessa tenho asco! Quero parar de pensar repetido! Preciso!

Fora com as decisões seguras! Fora com as pós-graduações em casa! As favas com o amar o que é fácil e desprezar o sonho só por que parece impossível! Uma das minha mais felizes decisões compartilhadas da vida foi tentar o impossível, e nunca o impossível foi tão certo e tão doce!

Se o contador estiver correto já virão estas síndromes mais de dois mil, pois bem lhes peço uma coisa: Se me virem pensando repetido, me batam na cabeça com o maior ímpeto que puderem!

EVOHÉ!



Sigamos, ainda que tenhamos que quebrar o espelho!





segunda-feira, 17 de março de 2008

da síndrome da "descrença"

Nagiri - Tu não podes ter aprendido a jogar go.

Komi - Claro que aprendi!

Hoshi - Japoneses levam anos pra isso!

Shicho - Aprender a mover as peças é uma coisa, se aprimorar é outra. Eles levam anos pra se aprimorar...

Ko - Quero ver tu jogando com alguém que saiba...

Ko - Por que?

Atari - Porque tu vais chegar num ponto que o cara vai fazer algo, e tu vais perguntar: "o que é isso?" e ele vai responder: "ah, é uma jogada básica do go".

Kakari -Eu aprendi a jogar...

Uchikomi - Sei... Alguém no shogun deve saber...

Semeai - Mas eu sei!

Shimari - aham...

domingo, 16 de março de 2008

da síndrome de "sonhos, sonhos são..."



"A china suspendeu autorizações de viagens de estrangeiros ao tibet por 'preocupações com a segurança', informou a mídia estatal, e tropas bloquearam a capital lhasa para tentar impedir a repetição dos episódios de violência de sexta-feira, os mais sérios em duas décadas."






“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.

Deus quis que a terra fosse toda uma,

Que o mar unisse, já não separasse.

Sagrou-te, e foste desvendando a espuma.

E a orla branca foi de ilha em continente,

Clareou, correndo, até ao fim do mundo,

E viu-se a terra inteira, de repente,

Surgir, redonda, do azul profundo.”

fernando pessoa







Sonhos...



da síndrome de "gotham"

Recentemente um dos maiores jornais de circulação aqui em belém realizou uma enquete perguntando qual era o filme mais esperado. Batman the dark knight. Esse é minha resposta.

Quando resolvi sentar pra escrever sobre o batman não consegui decidir em que categoria iria colocá-lo. Se filmes, ou hq, ou anime ou lenda... a obra de kane e finger (1939), o desenho de foster (1932) perpassou a esfera das hqs. Batman é muito maior que isso.

Por isso não poderia escrever diferente. Sim, eu apoio harvey dent, ele vai limpar a corrupção de gotham, por onde quer que você olhe a única coisa que se vê é corrupção! Olhem o que aconteceu com a gina? Vocês acham que ela merecia isso? Vocês acham que não é nossa responsabilidade? Esse é o pior tipo de corrupção.

Até quando a gente vai ficar calado? É por isso que quero usar esse espaço pra chamar você, nós somos a resposta! Nós temos que nos mover, não podemos nos calar. A polícia não é nossa inimiga, mas ela está nossa inimiga! Temos que demonstrar nosso apoio as forças de segurança de gotham, mas temos que combater a corrupção que a corrói! Batman é um exemplo que temos que seguir! Combatendo sem descanso, leiam o the gotham times, vejam o que ele fez. Não pode haver silêncio!

Se você enfrenta um, você enfrenta toda gotham!



como eu disse, muito maior que a obra;

http://www.ibelieveinharveydent.com/

http://www.gothamelectionboard.com/

http://warnervideo.com/batmangothamknight/

http://thedarkknight.warnerbros.com/videopage.html

http://www.atasteforthetheatrical.com/

http://www.thegothamtimes.com/

http://www.thehahahatimes.com/

http://www.rememberinggina.org/

http://gothamnationalbank.com/

http://www.wearetheanswer.org/

http://www.gothampolice.com/







sábado, 15 de março de 2008

da síndrome do "corte"


... e a lenda continua, e termina (?)

A grama seca fazia um barulho ritmado que ajudava ao capitão a organizar seus pensamentos. Traição, essa era a palavra, do reino, dos nobres, e por fim de sua própria consciência. Teria de seguir a ordem do duque e prosseguir por aquele caminho. A morte era apenas uma questão de tempo. O que tinha acontecido? Era difícil dizer, mas agora só havia uma única coisa a se fazer.

É como dizem no go, explore a linha de defesa do inimigo, se encontrar uma brecha, corte!

Não era o fim, pensou o capitão com um sorriso, era o princípio.






sexta-feira, 14 de março de 2008

da síndrome do "go"



Recentemente adquiri mais um vício. Creio que a influência oriental ajudou bastante. Go é um tipo de xadrez praticado nos países asiáticos. Ao que parece lá a coisa é levada bem a sério. O mangá "hikaru no go" e um conto chamado "o macaco de pedra" chamaram a minha atenção nos últimos dias, ambos falam de go (sob certas alegorias).






"Colocar as pedras é como criar mundos, o tabuleiro é como se fosse o universo"

"No wei-chi quanto maior o equilíbrio entre os dois jogadores, mas interessante o jogo se torna"





Acho que só quero aprender o go por causa das alegorias que representa. É interessante ver que meu fraco ainda continua sendo paródias da existência. Falta saber se eu me sento e vejo a vida refletida num lago ou num espelho.

O lago distorce a imagem que reflete, e o faz muito mais com a imagem de quem observa. Quando se vê a vida através dele, você vê o que suas percepções permitem, você vê o que você quer ver. Mas você nunca tem a realidade estática e amorfa. Ela se molda e se mescla com a existência que há sob o lago, e seu mundo escondido povoa o reflexo.

Já no espelho a imagem é mais precisa, é exata. A visão é clara e nítida. Mas desnecessária, posto que nada te apresenta de importante ver a vida como o reflexo morto que o espelho oferece.

Um sábio uma vez disse que a resposta desse enigma é ter diante de si um lago plácido. É uma boa resposta, e um bom desafio.

Pra você essas síndromes não são alegorias de algo também? Sim ou não, assim que for aprendendo o go explico aqui, e quanto a minha pergunta final despropositada: "No wei-chi... os dois jogadores, diante do vazio, avaliam os pontos que acreditam vantajosos. Pouco a pouco as áreas esquecidas desaparecem"

Boas alegorias pra vocês!