quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

da síndrome da "fé"

Sobre todos os assuntos que gosto de falar o que mais me agrada é religião! O motivo é simples: A religião é em essência individual e única. É através da religião que nos ligamos a algo que nos guia, impulsiona e mantêm. Você pode ser religioso e não ter fé. A fé é o credo no que é impossível, no que é mágico. A religião é uma concepção filosófica. Por exemplo: As visões mais conservadoras na igreja adventista (igreja da qual eu faço parte), pregam que é pecado comer carne de porco, posto que é um dos animais considerados impróprios para o alimento (levítico cap. 11). Todavia, eu creio que comer carne de porco é desaconcelhável, mas não pecado. Essa é a forma da minha fé, que me associa a concepção filosófica em questão.


Isso me lembra o que locke dizia: "O homem é uma távola rasa, a sociedade que o corrompe". Nossas fés e concepções são também uma távola rasa. Nós as moldamos para o bem e para o mal. Para a compreensão e intolerância. São nossos desafios individuais, nossas vitórias pessoais. Nossas concepções de bem e mal. A verdade é que não temos juizes, e na maioria das vezes, nos focamos só em NOSSOS valores, e os levantamos como se estivéssemos na terceira cruzada.

Falar em mal me vem a cabeça o filme "diamante de sangue" (direção de edward zwick, muito piegas, mas rende uma diversão). Há um diálogo muito interessante sobre o gênero humano. Rende a frase: "Não há pessoas boas ou más. Nossas ações nos definem".

Há muitos paralelos entre a religião e o ser humano. E tudo isso me veio a cabeça quando diante de mim eu vi a catedral que fica no marco zero de curitiba. É dedicada a Nossa Senhora da Luz do Pinhais, a padroeira de curitiba (que significa pinheiral, mas isso já é outra síndrome). Foi construida em 1893, e permaneceu como igreja matriz até 1911. Em estilo neogótico, o projeto é de autoria do arquiteto francês alphonse de plas. É belíssima. Imponente. Simbólica.



Entrei. Não tinha intenção de tirar fotos, mas foi mais forte. Pedi autorização e comecei a escolher ângulos e formas que senti que deveria (aqui eu compartilho algumas, outras são só minhas). Sentando num dos bancos eu ouvi uma voz sussurrando uma prece. Olhei pra traz e vi uma senhora ajoelhada, ela rezava com muito fervor. Lágrimas caiam discretas dos seus olhos e a preçe que fazia era numa língua estranha pra mim. O que pra mim eram ângulos e poses, pra ela era fé. Não me senti culpado. Mas fiquei pensativo e num estado de espirito intrigado. Hoje, dias depois, resolvi falar sobre isso.




Igrejas, leis, tradições - távolas rasas: somos nós quem as corrompemos. E acaba que somos bons nisso.





Vista do pórtico esquerdo com torre ao fundo.




Destaque da torre esquerda.




Orgão na parte superior central interna da catedral. Notem as formas na abóboda sobre o orgão. Esse padrão está presente em toda a igreja.








2 comentários:

Anônimo disse...

"Não há pessoas boas ou más. Nossas ações nos definem".

aprendi isso. E acho que dependendo da situação, o bem pode ser mal e vice-versa!
e isso, claro, é uma maravilha! :)

Lady Sarajevo disse...

ângulos e poses x fé

isso foi interessante...

http://www.luzilandiapiaui.com.br/capa2909200702.jpg

veja lá... aí ta a imagem direto, mas tu podes ir só no endereço claro!
:)