domingo, 6 de abril de 2008

da síndrome do "binômio de newton"



Tal qual o vento, o tempo é invisível. Não se vê, apenas é possível sentir sua passagem.

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O Binómio de Newton
O binómio de Newton é tão belo como a Vénus de Milo.
O que há é pouca gente para dar por isso.
óóóó---óóóóóó óóó--- óóóóóóó óóóóóóóó
(O vento lá fora.)
(Fernando Pessoa, Poesias de Álvaro de Campos)
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A chuva e o vento (tempo) me afastam. Mas eu vou voltar, por força que seja, mas eu volto!

quinta-feira, 3 de abril de 2008

da síndrome da "estrada solitária"



Aqueles mais atentos devem ter notado que os textos ficaram mais rarefeitos nesses últimos dias. Se tornaram menores, e o intervalo entre eles maior. Quando pensei nesse blog, imaginei um espaço onde eu pudesse dividir minhas opiniões, meus gostos, "coisas" sem explicação ou motivos, minhas síndromes. Não imaginei que hoje perto do aniversário de terceiro mês teria quase 3.000 visitas (mas o stat counter me diz que poucos permanecem tempo suficiente pra ler algo de fato), não imaginei que eu teria uma freqüência diária de escrita, não imaginei o quanto me fez bem.



Bom, agora uma das estradas pela qual eu sigo está me tomando muito tempo. É uma estrada longa e complicada, uma que não deveríamos seguir sozinhos, mas acabamos por fazê-lo. Se tem uma coisa que a estrada (essa UNIVERSIDADE da vida) me ensinou foi: "Dê seus próprios passos, ninguém vai segurar sua mão". Acho que estou fazendo isso, tenho me esforçado. Por esses dias aqui nessa estrada de síndromes vou vir uma vez a cada dois dias, e por lá naquela estrada solitária vou decidir que passos dou, vou tentar seguir esse conselho mais uma vez.



Uma última pérola da sabedoria do auto aprendizado: "Eu não venho aqui pra dar aula, venho aqui pra me divertir!", sorte a meus companheiros de universid... digo estrada, até dia 5/4!


Você consegue ver a "estrada solitária"?



terça-feira, 1 de abril de 2008

da síndrome dos "olhares, gestos e palavras"


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música - la valse des monstres


Em homenagem aos olhares, gestos e palavras que não sabem sonhar por mim, mas que eu amo e de mim fazem parte.

Obrigado.

E antecipadamente, feliz aniversário!


segunda-feira, 31 de março de 2008

da síndrome da "resposta inesperada"



"Dear Thiago

Thank you very much for getting in touch. I am very glad that you
enjoyed my book and only sorry that only the condensed version is
available in Portuguese, not the full version.
It certainly makes all the hard work and heartache of writing it
worthwhile to hear from others who have taken inspiration from it.
I wish you well in all the challenges that you face in your own life
and hope you have success in every venture.

Thanks again for taking the trouble to write.

Kind regards
Jamie"


Os acontecimentos inesperados são os que mais dizem a nós. Bons ou maus, são os que melhor nos ensinam.

Eu esperava só uma resposta padrão. Fiquei sinceramente feliz por estar enganado. Votos assim pra todos nós.

:)

Pra entender melhor.


sábado, 29 de março de 2008

da síndrome do "olho de urbog"

Uma vez ouvi numa mesa de rpg, que os vilões são dados a injustiças. Então hoje, quero falar sobre um vilão.

Dentre os decks que eu tenho um deles tem o "olho maligno de urbog". Pode parecer uma estratégia arriscada. Cinco manas (4-I/1-P), criaturas que não sejam do tipo olho não podem atacar, tem toque mortífero e é uma 6/3. O toque mortífero não parece grande coisa (afinal muita coisa morreria só com esse poder 6 dela), mas se a estratégia adversária for baseada em barreiras ou criaturas com grandes resistências a coisa muda de figura. Contudo, ele ainda parece isolado e sem propósito.


Contudo, parafraseando sun tzu, um exército sem olhos não pode enfrentar seu inimigo. Criaturas como o olho precisam de seus pares. O irmão mais velho dele é bem mais antigo. Logo quando ele saiu (à época da "legends") a estrutura de carta baseada em tipo ainda não estava totalmente definida e era muito imprecisa. Depois de organizada essa estrutura ela primeiro foi considerada uma "horror type". Foi só com a "time spiral" que ela passou a ser considerada uma criatura do tipo olho. Apresento-lhes o motivo pelo qual não se pode tirar o olho de urbog de um deck (essa foi a injustiça a qual me referi no início): O olho maligno de orms!


Não permite bloqueio (a exceção de barreiras) e com o seu 3/6 é a defesa ideal!

Claro que não faria mal colocar uns morfolóides que por serem todo tipo de criatura, também são do tipo olho e criaturas negras que se possa sacrificar para ajudar os olhos a brilharem. Não extamente a mais forte das combinações, mas é uma das mais interessantes. Um conselho: Sempre mantenha seus olhos na batalha (e isso não vale só pro magic).


quinta-feira, 27 de março de 2008

da síndrome de "nazaré"



Hoje em dia, muito se fala sobre pirataria e os problemas que cinemas e gravadoras estão tendo. Fala-se de milhões sendo perdidos. Afinal realmente deve doer no bolso quando um cd que tem um preço médio de fabricação de $ 4,00, fica encalhado nas prateleiras porque ninguém se dispõe a pagar os R$ 50,00 que são cobrados (e mesmo nas mais grotescas cotações, a diferença é grande!)

Há pouco no jornal local da rede globo, a notícia do desmoronamento do cinema nazaré foi repassada. A primeira apresentação foi ontem. Uma das mais antigas e belas salas de cinema do brasil desmoronou. O motivo foi apenas um: um acidente.

do lat. accidente

s. m.,
acontecimento fortuito;

percalço;

desastre;

infelicidade, revés;
Retirado do dicionário virtual priberam

Ora, se foi um acidente (como disse nosso famigerado jornal local), não foi culpa de ninguém correto?

Pois bem, a PORTO SALGADO ENGENHARIA LTDA, empresa do nordeste brasileiro, foi avisada duas vezes pela delegacia regional do trabalho. No primeiro aviso, em 8 de fevereiro, foi constatado a falta de utilização de equipamentos de segurança, a falta de cuidados nos sistemas elétricos dentre outras irregularidades.

Um jovem de 23 anos foi levado ao hospital com fraturas expostas na perna e no braço, ele caiu de dez metros e ficou sob escombros por muito tempo. Ele teve sorte, um incêndio seria muito pior pra ele.

A empresa não pagou os direitos dos 62 trabalhadores que ela trouxe do nordeste, os alojava em salas improvisadas nos fundos da obra e dispensava aos trabalhadores uma condição sub-humana, sem nem mesmo os cuidados básicos de higiene e conforto.

Acidente.

Não, a empresa não foi a responsável pelo fechamento das portas do cinema nazaré. Foram os lucros que não cruzaram aquelas portas. Num momento onde não vamos mais a cinemas e sim a shoppings, onde não fazemos fila no sol e na chuva pelos ingressos, mas vamos comer uma pizza e ver se esta passando um filme legal, a resistência do cinema nazaré foi heróica.

Falamos de pirataria de filmes, mas a verdade é que deixamos de amá-los. Apenas estamos com eles por conveniência, por comodidade. O cinema nazaré era uma testemunha disso. Ele ia se transformar numa loja de departamentos. Digo ia, pois ele não existe mais, não pra mim. Na minha mente ele sempre será o imponente teto de gesso que vazia lembrar um céu emeranhado onde imagens e sons se impregnaram, o mar de assentos que como ondas te atiravam na direção do filme, o ar elétrico que sempre esteve no corredor que antecipava o êxtase de uma estréia. Pra mim ele será assim.

Queria dizer que ele caiu de dor e vergonha. Mas a verdade é que não houve algo como um "acidente". Tudo foi um processo que culminou na notícia de ontem e de hoje.

Hoje é dia mundial do teatro. Fantasias irmãs.

Hoje é aniversário do ver-o-peso (381 anos). Memórias irmãs.

Em respeito ao luto da queda de um, o silêncio pela persistência do outro.




Projetores sendo retirados.
Até outra vida, quando formos ambos gatos.

Dessas e outras imagens, belém centro
Dessas e outras impressões, 100grana



quarta-feira, 26 de março de 2008

da síndrome da "vida por inteiro"

Cinco dias se passaram em completa escuridão e frio. Noites, manhãs, tudo apenas é um conjunto de memórias borradas, as únicas certezas são o frio enregelante e o vento forte dos alpes franceses. A consciência podia oscilar entre o real e o imaginário, mas em ambos, a forte tempestade que aprisionou jamie andrew e seu amigo no topo das droites estava presente.

Essa é a história de jamie andrew que ele conta em seu livro "por inteiro" (life and limb). Uma história de superação. Claro que existem muitos exemplos de superação em livros, filmes e qualuqer outro meio possível, mas na história dele em específico o peso das cicatrizes emocionais e físicas que ele trouxe consigo da montanha, e a crueza com a qual ele nos permite dividir cada sensação, cada medo, cada sucesso e fracasso, faz com que a história seja nossa também.

Nunca aceitar a palavra impossível. Nos últimos meses tenho pensado muito sobre o medo que sinto de encarar meus próprios desafios. Meu medo é de duas palavras: futuro e estagnação. Eu as vejo como partes de uma balança.

Tenho medo do futuro, por que não sei o que fazer com ele! Não sei se vou conseguir trabalhar no que gosto, se de fato gosto do que acho, se vou conseguir vencer os meus desafios internos e pessoais e de muitas outras coisas. Tenho medo do futuro por que ele é etéreo demais para se apoiar nele.

Tenho medo da estagnação por que ela me ameaça do canto do olho. Cada vez que questiono o futuro sinto medo dela e da resposta fácil que ela representa, tenho medo de me acostumar a ela e me deixar vencer.

Sei que devo fugir da estagnação com prudência e enfrentar o futuro com responsabilidade. Mas tenho medo de falhar nisso.

Há uma seqüência no livro em que jamie tem dúvidas se ele está pronto pra enfrentar o mundo fora do hospital. Ele se questiona e se vê com muito medo do que o aguardaria lá fora. Basedo nesse medo ele decide: É hora de sair.

Não em envergonho de sentir medo. Creio que é natural (ao menos em mim o é), me envergonharei se um dia eu deixar o medo me controlar, se eu não encará-lo e tomar uma decisão tão parecida com a de jamie. Não posso ser prepotente e afirmar: "Eu consegui", mas posso dizer com segurança: "Não estou sozinho, não vou me entregar".

O dia de hoje, pelos vinte meses que representa e pela leitura final do livro me fizeram pensar no quanto as pessoas ao meu redor são importantes pra mim, no quanto eu posso fazer. Se eu sinto medo do futuro e medo de estagnar, só uma coisa há a fazer: Enfrentá-los com tudo o que eu tiver, e sei que minhas palavras não me trairão!




terça-feira, 25 de março de 2008

da síndrome do "dia deu em chuvoso..."



Tenho a sensação que todas as vezes que volto a belém, não importando de onde venho, a cidade me recebe cinza.



Como amazônida, sei que a palidez da manhã e a chuva fina pela madrugada significam: um sorriso.



São por manhãs assim que amo essa cidade úmida! É como uma irmã temperamental (entendo disso muito bem), te fecha a cara, te provoca, e quando pensas que vais ter um dia horrível, te sorri com ternura.



Minha cidade úmida, sinto tua falta todo dia!





belém, durante a chuva
aquarela, 40x28cm, 1998
jorge eduardo



quarta-feira, 19 de março de 2008

da síndrome dos "valores"



פסח

A primeira manifestação da páscoa simbolizava libertação. O povo de israel, que a época era apenas um conglomerado de ex-escravos, comemorava não somente a libertação física, mas também a libertação espiritual. O peshac simbolizava que Deus, os havia escolhido, nunca mais haveria servidão.

Isso foi em 14 de nissan, no primeiro ano do calendário judaico.

Uma outra importante páscoa, que ainda se expande a nós, foi a que ocorreu com o acompanhamento da morte e ressurreição de um homem. Até hoje os cristãos a comemoram. Ela simboliza que a liberdade é possível. Se a primeira páscoa era para os libertos, a segundo se estende aos escravos. Ela fala que é possível ser livre, ela fala que a impossibilidade é uma convenção.

Isso foi no 30º ou 33º ano de nossa era.

Hoje a páscoa é um feriado.

***

Não me levem a mal, não quero ser legalista aqui, a síndrome dos "valores" não é ligada ao que eu acredito, ou ao que individualmente você acredita. Ela é a síndrome de mudar nossos símbolos e valores. O que é bonito o que é feio o que é piegas o que é puro. A síndrome dos valores apenas nos diz uma coisa: "Os rótulos são convenções". Sempre em mudança, como a páscoa... como tudo o que vocês lêem aqui, até mesmo esse texto.

Até 24-3

terça-feira, 18 de março de 2008

da síndrome dos "pensamentos repetidos"

Admito, os créditos não são meus. Mas nesse espaço livre de censuras que é a internet, todos temos síndromes. Nesse espaço sem alter ego que é a vida, todos temos síndromes. Como diria minha irmã: "c'e la vie".

Bom, mas o fato é que de fato a síndrome não é minha, ou o é? Mas eu só a repito, a transcrevo (então é minha, mas se é minha...)

Já imaginaram todas as formas possíveis e seguras e corretas e bonitas de se viver? Pois é, são belos modelos, que repetimos, e repetimos e repetimos. E passamos nossos dias a olhar pra um espelho do que seria legal se fôssemos.

Pessoa (fernando) uma vez disse que se alguém conseguisse escrever a história do que teria sido, essa sim seria a verdadeira história do ser humano. Por que todos temos medo de ousar o que teria sido, preferimos repetir a fórmula que deu certo e nos recusar a ousar a não tentada, e ainda a rotulamos: "tá fazendo besteira", "você tá errado", "sonhador..."

Em geral sou orgulhoso de minhas síndromes, as ostento como pedaços de mim, como meus pendões. Mas dessa não. Dessa tenho asco! Quero parar de pensar repetido! Preciso!

Fora com as decisões seguras! Fora com as pós-graduações em casa! As favas com o amar o que é fácil e desprezar o sonho só por que parece impossível! Uma das minha mais felizes decisões compartilhadas da vida foi tentar o impossível, e nunca o impossível foi tão certo e tão doce!

Se o contador estiver correto já virão estas síndromes mais de dois mil, pois bem lhes peço uma coisa: Se me virem pensando repetido, me batam na cabeça com o maior ímpeto que puderem!

EVOHÉ!



Sigamos, ainda que tenhamos que quebrar o espelho!