segunda-feira, 26 de maio de 2008

da síndrome do "respeito"



Havia seis santos embaixo da ponte

Um rato veio e comeu suas cabeças
Então, o rato é o verdadeiro santo.

Se o rato é um santo por que o gato o come?
Então, o gato é o verdadeiro santo.

Se o gato é o santo por que o cão o come?
Então, o cão é o verdadeiro santo.

Se o cão é o santo por que o lobo o come?
Então o lobo é o verdadeiro santo.

Se o lobo é o santo por que o fogo o mata?
Então o fogo é o verdadeiro santo.

Se o fogo é o santo por que a água o apaga?
Então a água é o verdadeiro santo.

Se a água é o santo por que o homem a bebe?
Então o homem é o verdadeiro santo.

Se o homem é o santo por que ele reza para os santos?

Provérbio budista

Seria certo falar em nossa natureza? Há poucos minutos vi no jornal local a chamada falando sobre o caso da agressão que sofreu o engenheiro da eletrobrás paulo fernando rezende.

Não vou me apressar e dizer que acho isso ou aquilo. Os kaiapós - e as outras comunidades indígenas - não são animais que devem ser "bem-tratados" e ai eles se comportam. A eles deve-se o respeito como a qualquer outro ser humano. Mas o que me impressionou foi a declaração do delegado da polícia federal (não atentei para o nome dele) que disse que: "a questão é definir se o facão é considerado ou não parte da cultura dos índios".

Discordo dele, não é essa a questão. Enquanto não pararmos de ver as organizações sociais diferentes da nossa pelos nossos olhos, estaremos apenas brincando de respeitar. O bispo dom erwin krautler disse o seguinte sobre o que aconteceu: "Tenho que dizer que o homem não usou de pedagogia para com os povos indígenas. Ele não entendeu a alma kaiapó, senão não teria acontecido nunca um incidente como este".

Se o homem é santo por que ele reza para os santos? É sua natureza? Ou seu costume?


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