domingo, 11 de maio de 2008

da síndrome de "berserk"



Ainda ontem tive uma discussão bem interessante com a natsumi-sama sobre "berserk". Em uma dessas noites em que não tenho o que escrever vim aqui e fiz mais uma conjunção de relatos do que per si uma narração ao menos. Acho que hoje posso falar melhor sobre isso.

Berserkers eram guerreiros de origem nórdica, o termo vem da palavra "beresark" que designava uma casta de guerreiros (assim como os ulfsarks), os primeiros era vistos como tendo a incrível capacidade de, mesmo sem armaduras, repelir as armas e ataques dos inimigos. Um aproximação do mito nórdico de baldur que, a semelhança de aquiles, teria sido protegido pelos deuses (aquele com o juramento de todas as cosias, este com o banho no estige, depende da versão as "proteções" mudam). Alguns estudiosos crêem que a condição de fúria de um berserk era fruto da ingestão de cogumelos alucinógenos que os garantiam maior resistência a dor. O fato, é que berserkers pensavam coma espada, e nesse ponto o nome para o seinen é bastante apropriado.

Vários aspectos da conversa de ontem me fizeram pensar sobre a série. Primeiro, a série foi primeiramente editada em 1988, num concurso de escola em que miura conseguiu ser vencedor apresentando um protótipo de 48 páginas de berserk. Apenas 2 anos depois, a hakusensha começou a lançar alguns volumes não seriados, 4 ao todo. Foi apenas em 1992 que a série foi lançada oficialmente, e ainda é até hoje, a cada segunda e quarta sexta-feira do mês. E qual é o grande problema de berserk? Afinal uma série que dura mais de 16 anos deve ser boa certo? Nem sempre.

A história de berserk é sobre um órfão que aprendeu desde cedo a combater como única forma de pensar, seu nome é guts (ou gatsu). Ele se une a um exército mercenário chamado "taka no dan" - o bando do falcão - lá ele faz novas e firmes amizades e a série se foca no relacionamento de guts com griffith (líder do taka no dan) e caska (uma das comandantes). Até ai surge a grande pergunta, o que há de novo? Um cara usando uma espada grande que faz grandes amigos e que dentre estes sairá seu inimigo, vemos esse conceito em final fantasy (quase todos os antagonistas já tiveram uma relação de a amizade com alguns dos protagonistas). O que há de novo foi o quando.

Quem acompanhou alguns dos seinens/shounens e mesmo jogos de rpg mais recentes vai ver isso, claymore, final fantasy, naruto, bleach, a mesma seqüência de estereótipos nos temos em berserk. Mas a grande capacidade da série, na minha opinião aleijada de quem gosta, é fazer a história ultrapassar isso. Temos personagens sôfregos é verdade, a exemplo a caska e o próprio guts, que representam um ideal machista e extremamente simplista da personalidade feminina em um mangá ou anime. Mas a obra é ampla, limitada, mas ampla. Vale a pena ler e assistir, de certo que não é o melhor anime do mundo (na minha opinião fullmetal o é, empatado com suzumiya) e nem eu acho isso. Mas ainda assim vale a pena, pode ser que você não goste e nunca vá gostar (como a natsumi-sama por exemplo rs), mas vale a pena tentar. Ao menos você vai ajudar a alguém que tenha gostado tanto assim da série, a "ver" melhor a obra, como foi o que aconteceu comigo.

Quão interessante nos seria poder rever nossos gostos, crenças e opiniões de vez em quando não? Ou será que não? Enfim, seguir cegamente com sua opinião formada imune a críticas, ou repensar seus gostos, mudar. Ambas são a síndrome de berserk.




3 comentários:

Anônimo disse...

Pois é, essa coisa de fã, é engraçada... eu sou muito crítica, mas o que mais me doeu em Berserker são os personagens fracos, doeu minha alma quando assisti pela primeira vez e até hoje não mudei de idéia porque ainda acho um defeito grave. Depois da conversa ainda pensei em mais algumas coisinhas bem clichês:o melhor amigo que vira o maior inimigo (o mais interessante é que ele é um homem bonito e quando vira o vilão ele já está todo deformado - o vilão tem sempre que ser feio? Eu gosto de vilão bonito, sexy mesmo...). Mas, o cúmulo, do cúmulo, do cúmulo: ****SPOILER**** é a kaska ser estuprada no fim do anime e fazer cara de prazer. Isso é inconcebível e povoa os shonens por aí. Povo: estupro não é divertido!!!
Do mais, já esqueci de um monte de coisa porque assisti lá por 2002.

thiago hakai-so disse...

Pois é, ai estão dois pontos interessantes. Um deles especificamente me deixou muito curioso. No anime o primeiro episódio é o "kuroi kenshin" nele o guts mata uma criatura meio ofídica que ele chama de griffith. Mas o lance é, no mangá essa criatura ofídica não é o griffith, e nem mesmo no anime, lá no final o griffith não fica daquele jeito. Ele até fica deformado com a natsumi-sama falou, mas mais de um jeito doentio do que de um jeito "feio".

Quanto a isso da caska também é verdade. Anime e mangá shounen é um espaço machista. Ou as personagens femininas não tem opinião e são peitudas e tolas, ou são "sexys" e invocadas, e de qualquer que seja a forma derivam pras fantasias adequadas, como é seinen e, pasmem, tem homens (creio que só vi esse tipo de comportamento estapafúrdio em homens) que se excitam com a idéia do estupro (nelson rodrigues falava um lance sobre isso, mas não é do estupro e sim do papel da prostituta, por isso na minha opinião não tem desculpa) encontra-se a cena. E não tem justificativa que é pra mostrar a crueza do anime, estupro é uma coisa ter prazer no ato é algo inconcebível. Mas é aquela coisa né? Eu fã apesar de repudiar, vi como um traço, algo do tipo "todos são machistas, esse é mais que os outros". rsrs

Espero que na profissão eu me saia melhor em convencer as pessoas rs

Anônimo disse...

Eu achei muito interessante a relação entre os personagens do Guts e o vilão, além de toda a dinâmica do bando com o Guts, principalmente o vilão me chamou bastante atenção pelos planos e tramas, mas o manga, que é a mídia que eu tive acesso até o momento é muito machista, eu já estou acostumado com um nível de machismo nos mangas que tenho acesso, mas nesse, a coisa me deixou triste me deixou mal de ter dado uma chance e continuado até um certo momento, mesmo com os sinais, os estupros as cenas das personagens "aparentemente" tendo prazer com estupros, a exposição gratuita, para mim berserk tinha um grande potencial, personagens muito cativantes mas que foi completamente desperdiçado no meio de tanto mau gosto e falta de sensibilidade do autor, tem cenas de estupro que parecem ter saído da mente de uma pessoa bem perturbada para acreditar que a kaska no meio de tanto desespero, morte daqueles que eram além do adicional pesadíssimo de estupro, teria em algum momento prazer ali é simplesmente inconcebível. Enfim é minha opinião apenas.