As pontas brilhantes no céu do atlântico norte pareciam dar calma e paz. John white as olhava com um certo saudosismo. Três anos separavam ele da lembrança daquelas estrelas. E não apenas as estrelas lhe davam saudades. Ali estavam seus queridos. Mais ou menos cem dos seus bons amigos e familiares. "Como estará minha neta virgínia?", "Se lembrará de mim?". Certamente esses pensamentos e outros semelhantes povoavam a terra obscura e incerta que chamamos "mente". A temida armada espanhola havia enclausurado a ele e a própria inglaterra no seu prepotente padacinho de terra. Os problemas com as sucessões após a morte da rainha virgem, james I, a maldita lembrança de bloody mary e todas as convulsões politicas e religiosas que o haviam prendido, agora cessavam. A armada agora navegava pelo baú de davy jones. James, elizabeth, não importava mais a ele os nomes de monarcas ou de qualquer outro. Apenas um nome importava "lar", a coluna de fumaça que subia da vila quase dizia "está tudo em paz. Sentimos sua falta!". Ali diante dele, com o vento gelado e salgado a acariar-lhe o rosto estava roanoke. Seu "lar". Ele estava de volta. E o desjejum, dessa vez, seria tomado entre os seus amigos, assim que o sol viesse, eles também definitivamente voltariam pra casa.
***
O que era aquele barulho ensurdecedor? Batidas, fortes ritmicas. Seriam selvagens certamente... não... era algo mais. Um sinal? De ajuda! Um pedido de socorro! Certamente era um pedido de socorro! De quem? Os outros atônitos não pareciam notar... mas... ah, eram só as batidas do coração de sir white.
Lá estava ele paralisado, a vila abandonada, vazia. Não havia mensagens, sinais, pedidos de ajuda. Ontem ele viu fumaça, e hoje o que desperta diante de seus olhos é apenas a palavra inscrita no tronco da árvore: "CROATOAN"
Lá estava ele paralisado, a vila abandonada, vazia. Não havia mensagens, sinais, pedidos de ajuda. Ontem ele viu fumaça, e hoje o que desperta diante de seus olhos é apenas a palavra inscrita no tronco da árvore: "CROATOAN"
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E assim surgia a primeira lenda urbana do novo mundo. Temos tantas hoje, das mais simples e bobas, as mais terríveis e plausíveis. Mas também temos as desconhecidas. E por que existem essas, que são tratadas como lendas desconhecidas? Simples, suas vítimas, ou seus atores, já as acham tão normal, que não se dão ao trabalho de recontá-las.
Existe uma centena de explicações possíveis, não assutadoras e enfadonhas para o mistério de roanoke. Mas a história comum, aquela que repetimos com paixão e longe das academias, preferiu a justificativa inexplicável. Um mistério, uma lenda urbana.
Em nosso dia-a-dia, coisas tão inexplicáveis acontecem. Conhecemos pessoas, cartões telefônicos somem, refeições são recebidas, abraços são ofertados (muito obrigado suneko meu amigo pelos relatos de mistério), lágrimas são derramadas, culpas são encobertas, verdades são conhecidas. E cremos que isso não é nada mais que uma rotina. Um dia normal.
Nossa história comum, prefere relatar o conto misterioso da lenda urbana porque precisa acreditar na fantasia e no inexplicável. Porque precisa olhar a estrelas e ver sinais, e não reações nucleares em cadeia a bilhões de quilometros.
Nós cremos que as coisas estapafúrdias de nosso dia-a-dia são rotinas, porque temos que ter certeza que o impossível só aconteça nas noites de trovoadas quando nos juntamos para relatar nossas histórias.
Sonho e realidade nunca foram excludentes. Muito pelo contrário, são necessidades um do outro. Essa é a síndrome; a geral e a individual. Na geral cremos nos sonhos e milagres na história, nos romances e "lá fora", escolhemos o "CROATOAN" mítico. Na individual, queremos que as coisas bizarras do cotidiano sejam apenas bizarras e nada a mais. Queremos que os abraços sejam falsos, que os desaparecimentos sejam ignorados. Ou seja, escolhemos o "CROATOAN" chato e enfadonho. Tão somente porque temos medo de aceitar o desconhecido. E repetimos pra nós mesmos "ah, eles migraram pra uma ilha".
A síndrome de crer no impossível alheio e no certo nosso. Eram mais de cem pessoas, e tem várias explicações. Mas foi só um abraço, poderia ser um sinal? Um pedido? Ousaríamos crer?
Tenho um pouco de ambas, da geral e da individual, só que da forma inversa. Creio no lógico alheio e o impossível pessoal, talvez meu caso seja o mais grave. Mas do profundo de minha síndrome eu acreditei. E foram os três mil quilômetros mais fáceis de percorrer!
Existe uma centena de explicações possíveis, não assutadoras e enfadonhas para o mistério de roanoke. Mas a história comum, aquela que repetimos com paixão e longe das academias, preferiu a justificativa inexplicável. Um mistério, uma lenda urbana.
Em nosso dia-a-dia, coisas tão inexplicáveis acontecem. Conhecemos pessoas, cartões telefônicos somem, refeições são recebidas, abraços são ofertados (muito obrigado suneko meu amigo pelos relatos de mistério), lágrimas são derramadas, culpas são encobertas, verdades são conhecidas. E cremos que isso não é nada mais que uma rotina. Um dia normal.
Nossa história comum, prefere relatar o conto misterioso da lenda urbana porque precisa acreditar na fantasia e no inexplicável. Porque precisa olhar a estrelas e ver sinais, e não reações nucleares em cadeia a bilhões de quilometros.
Nós cremos que as coisas estapafúrdias de nosso dia-a-dia são rotinas, porque temos que ter certeza que o impossível só aconteça nas noites de trovoadas quando nos juntamos para relatar nossas histórias.
Sonho e realidade nunca foram excludentes. Muito pelo contrário, são necessidades um do outro. Essa é a síndrome; a geral e a individual. Na geral cremos nos sonhos e milagres na história, nos romances e "lá fora", escolhemos o "CROATOAN" mítico. Na individual, queremos que as coisas bizarras do cotidiano sejam apenas bizarras e nada a mais. Queremos que os abraços sejam falsos, que os desaparecimentos sejam ignorados. Ou seja, escolhemos o "CROATOAN" chato e enfadonho. Tão somente porque temos medo de aceitar o desconhecido. E repetimos pra nós mesmos "ah, eles migraram pra uma ilha".
A síndrome de crer no impossível alheio e no certo nosso. Eram mais de cem pessoas, e tem várias explicações. Mas foi só um abraço, poderia ser um sinal? Um pedido? Ousaríamos crer?
Tenho um pouco de ambas, da geral e da individual, só que da forma inversa. Creio no lógico alheio e o impossível pessoal, talvez meu caso seja o mais grave. Mas do profundo de minha síndrome eu acreditei. E foram os três mil quilômetros mais fáceis de percorrer!
3 comentários:
(a 2ª imagem não abriu!)
*ao menos aquele filme de merda serviu pra alguma coisa...hehe
Tc.
o Lyra tem um blog das camisas?
Mas ele não se mostra como é que ele quer se propagar?
ai ai...
linka-lo-ei...
haeheahaeheahae
as lendas sao phodas, faltou a referência a "matinta pereira", mas claro q naum precisava ficar tao claro p todos...
salv hakai
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