terça-feira, 8 de janeiro de 2008

da síndrome do "peixe grande"

A mais adorável das síndromes! Se um dia eu pudesse enumerar meus tesouros, entre as poucas palavras que estariam escritas no papel ou na mente, a síndrome do "peixe grande" está por sobre todas elas.

É a mais simples de todas as síndromes. É uma senha. Uma sentença.

A fama dos pescadores é bem conhecida por suas histórias fantasiosas. A síndrome do "peixe grande" faz uma certa alusão a eles. É a compulsão por histórias. Mas não qualquer história, mas aquelas que fazem parte de seu próprio tesouro.

Os romanos diziam que navegar era preciso. Sim de fato. Mas a necessidade em navegar, não era a necessidade de dominar. A necessidade de navegar era a necessidade de conhecer e de acumular mais e mais histórias.

Assim canta fernando pessoa em "mar português": "Por te cruzar quantas mães choraram, filhos em vão rezaram, noivas ficaram por casar". Sacrificáva-se tudo, pelo conhecimento, que se cristalizava em forma de história, de sua preciosa história.

Os portadores dessa síndrome tem suas prórprias justificativas para sua busca insana. Honra, fama, altruismo, ganância. Todavia essas são apenas ficções. A verdadeira motivaçõa foi, e sempre é, conhecer histórias, por pura e simplel necessidade de conhecê-las!

Algumas vezes o contador carece do que bourdier chamaria de poder simbólico. Da força que o senso comum o concede para que ele seja tido como confiável. É dai que voltamos a triste sina dos pescadores, tido como mentirosos em suas histórias, que todavia não cessam de contar. Por que não importa se são acreditados ou não, o que importa é contar.

Eu tinha medo que meu poder simbólico não me permitisse contar minhas histórias sem ser acreditado. Uma coisa mudou em mim. Eu não tenho mais medo, isso apenas não me importa mais.

No filme "big fish" (com direção de tim burton e nomes como ewan mcgregor, steve buschemi e danny devito) essa "senha" é usada, e somos convidados a uma jornada para descubrir as preciosidades de um outro contador edward bloom. Viajamos através de sua vida de contos, pelos seus próprios olhos, os olhos de seu filho, e quiça o olho de vidro da bruxa.

As vezes precisamos abrir o porão de nossas histórias, desempoerar nossas riquezas, afinal, alguns peixes não crescem em aquários pequenos.

Mas creiam-me, existem muitos doentes desta síndrome! Nós ouvimos alguns, lemos outros, e até mesmo conversamos com estes (des?)afortunados. Well, it would've been, could've been worse than you never know!

A mais antiga das artes, o mais doce do males.

Algumas vezes, sem que ninguém veja as gralhas se reúnem. Todas fazem um grande círculo, uma vai ao centro, depois de algum tempo, ou todas as aves partem, ou todas as aves atacam aquela que estava no centro.

Em alguns casos clínicos agravados, os portadores da síndrome não se contem, e veêm histórias em qualquer lugar. Agrava-se o caso quando associada a síndrome de "CROATOAN".

Por vezes as histórias não tem sentido, e nem mesmo motivos. Surgem ...

Um faraó certa vez foi capturado e dinte dele foi feito passar seu mais poderoso exército capturado, marchando pra morte. Mas o velho faraó ficou impassível.

... de forma inexplicável. Não há ...

Seus inimgos fizeram vir seus filhos que foram mortos diante de seus olhos. Mesmo assim o monarca não se mostrou abalado. E ainda quando sua mulher foi morta, nele não havia qualquer sombra de desconforto.

... cuidados que possam ser tomados. Acreditar em suas histórias, ou não é indiferente, eles continuarão contando. Os resultados em casos adiantados ainda são desconhecidos.

Entretanto, quando após todas essas provações, o faraó viu seu copeiro, servindo como copeiro dos dominadores, desesperou-se. E atirando-se ao chão gritava e arrancava os cabelos.




Nenhum comentário: