segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

da síndrome do "céu de baunilha"

monet, claude (1840-1926).





Nesse momento em que escrevo, faço isso diante de um outro computador. É ao mesmo tempo alienígena e confortável. Me sinto longe e perto de casa. Tenho certeza que só me sinto assim, porque me sinto muito bem aqui. Cada momento é como um sonho vivo. Valeu a pena cada segundo de espera e cada momento agoniante da viagem. E foram muitos!






Até ontem a tarde pra mim ainda estávamos no dia 18. Foi quando minhas noites de sono pararam. Elas nem mais eram intermitentes, ou mesmo conturbadas. Elas apenas pararam. Eu olhava pra mala e pras roupas jogadas sobre a cama com um misto de agonia e tranqulidade. Afinal o grande dia havia chegado, mas eu estava tão ansioso! Fazia tanto tempo que tinha viajado, a ansiedade me matava aos poucos! Era torturante!






Em belém o avião atrasou por uma hora. Eu deveria chegar em brasília as 4h da manhã (horário de belém), cheguei lá as 7h (horário local). Meu outro vôo, que não era conexão e por isso não ia esperar eu fazer o check in novamente, ia sair em apenas uma hora e vinte minutos. A fila estava grande, mas graças a Deus consegui.






De lá cheguei no rio (que deve ser uam cidade muito linda, mas que não conheço além dos limites da sala de embarque). Lá travei a mais cruel de todas as lutas! A ansiêdade e o tédio me fizeram de refém! Tentei de tudo (menos yoga, mas isso já esta sendo analisado pras próximas ocasiões), e nada conseguia me distrair. Como último recurso tentei o céu. Foi quando a calma e a tranqüilidade me encheram. Ali diante de mim, estava uma tela de monet! Aquele céu de baunilha tirado dos sonhos e emoldurado nos céus do rio. Minha ansiedade passou, meu tédio foi varrido. Como eu fiquei grato a Deus por aquele céu! Ele estava sobre todos nós (passageiros, pilotos, moradores, puxa estava sobre a cidade toda!), mas pra mim, talvez por egoísmo ou por tolice, aquele céu era pra mim!






Dizer que "devemos saber pra onde olhar nas adversidades" é auto-ajuda. Todavia eu nunca vou esquecer daquele céu de baunilha em cima de nossas cabeças. É bom saber que existem prédios, prisões, aviões, aeroportos mas nunca vão tirar o céu de baunilha, nunca de minha memória! Aprendi a ver, foi muito bom enxergar. Nunca vou esquecer daquele céu e do meu céu particular com um sorriso largo e olhos que abraçam. Esse, é só meu.











3 comentários:

Anônimo disse...

Sabia que é muito bom ler isso.
pq eu sei que é verdade, que essas coisas acontecem mesmo, esses olhares atentos às coisas mais simples, como o céu...
e bom é quando uma pessoa tem mais de um céu, e nesse caso tu és um abençoado! :)

Lady Sarajevo disse...

certas experiências são realmente únicas, acho que a maioria delas, e essa tua com cereteza se encaixa naquelas raras, por tudo o que te envolvia naquele exato instante, que só tu sabes explicar (ou nem tu saibas isso)...

Nunca esqueço a cena do filme que o tom cruise se depara com o céu de baunilha, aquele céu, apesar de ser mais dele do que meu ( e apesar de ser um filme, e por isso talvez ser montagem) ficou gravado na minha memória... imagina tu então né!!!

beijos mano., saudades...

p.s. adorei teus comentários! mesmo!
:)

Anônimo disse...

Perfeito.

É.