sábado, 19 de janeiro de 2008

da síndrome dos "viajantes das encruzilhadas" ou da síndrome de "joana d'arc"

Recentemente comecei a me perguntar bastante sobre o que escrevia aqui. Olhei desde as primeiras postagens e repensei meu objetivo. Comecei esse blog há pouco tempo, então ainda estamos no período de sintonização. Cada vez que releio o que escrevi, chego a conclusão que tem certas postagens em que coloquei muitos "pedaços" de mim. Mas esses pedaços não estão visíveis. Estão trancados em informações, bobagens, observações, conjecturas, imagens, dentre muitas coisas.

Já sentiram isso? Quando escrevem algo e parece que tudo faz o perfeito sentido pra você mas pra outras pessoas você escreveu em outra língua? Pra completar li por esses blogs da vida um muito bom com um artigo sobre erros de novatos, e quando vi os meus lá fiquei ainda mais encucado. A grande questão não era por que eu estava comentendo erros, a grande questão é por quê eu estou bem feliz do jeito que escrevo.

Vocês meus "leitores" (a meia dúzia de amigos que vem aqui) me conhecem. Portanto algumas partes que coloco aqui, vocês conseguem destrancar. Outras quem vai destrancar sou eu a medida que o tempo passa (como foi com o fato de eu escrever os nomes prórpios com letras minúsculas) e ainda outras talvez nem eu mesmo consiga destrancar. São coisas que eu precisava falar e escrever, dar vida. Por outro lado, o que li naquele blog, me chamou a atenção.

Foi por isso que resolvi escrever sobre essa síndrome.

Antigamente, na europa, em alguns feudos o roubo era crime capital. A morte era por enforcamento. Os condenados eram colocados nas encruzilhadas. Assim, todos poderiam vê-los. Diz a lenda que a noite, quando a lua brilha no ponto mais alto, naquelas antigas encruzilhadas que são o território das três bruxas que são uma só: hecatae, aqueles corpos pendem de suas forcas, clamando aos viajantes para lhes concederem um enterro cristão. Nem sempre é bom dar atenção aos estranhos não é mesmo?

Joana d'arc, era apenas uma camponesa. Mas por várias ocasiões quando posta a prova mostrou que possuia algo a mais em si. Ela ouvia vozes, de santos guerreiros e santas apócrifas, como ele mesma seria por muito tempo. Ela fez verdadeiros milagres enquanto viva. Ergueu a moral do exército da frança, coroou o delfim e, dizem as lendas, que guiada por vozes, seguiu até uma antiga capela nos arredores de chinon e sob o altar encontrou a espada que havia sido de charles martel, chamado de o pai da frança. As vezes é legal ouvir vozes estranhas.

Então meus poucos e preciosos (qualquer semelhança a gollum NÃO é mera coincidência) leitores. Opinem, eu construi esse espaço, mas não fiz isso sozinho. Nem sempre vou escutá-los, por quê nem sempre vocês vão estar certos e também por quê eu cometo muitos erros. Mas tentem, destranquem aquiles pedaços que vocês conseguem de mim. Cada amigo de certo vai ter pedaços diferentes, mas é assim mesmo, vivemos em cada amigo e querido, em pedaços de nós Afinal todos sofremos dessa síndrome, as vezes somos muito "viajantes pelas encruzilhadas" outras somos muito "joana d'arc".

A nós todos o meio termo (quem sabe!)

2 comentários:

Lady Sarajevo disse...

é verdade, todo mundo tem um pouco dos dois...
ou ao menos acho que deeveria ter, muito legal a idéia desse texto...
acho que o mais importante é escrever pra ti, mas sem esquecer que tu não estás sozinho no mundo, em tudo o que a gente faz tem que lembrar disso, infelizmente, ou não.

:*

thiago hakai-so disse...

Dizem que nenhum homem é uma ilha né? Mas sei lá as vezes a gente sefecha tal ponto e fala tanto do que importa pra nós que nos tornamos uma...

É bem como tu dissestes. Lembrar quem somos, e quais são nossos desejos e sonhos e escrever de nós, sem esquecer dos outros.

E acho que não é infelizmente não, é bom viver assim com pedaços espalhados entre amigos