quarta-feira, 5 de março de 2008

da síndrome da "força"



Em primeiro lugar, boa sorte...

Resisti ao que pude a vontade de escrever. Em cada tempo livre que tive me meus estudos (não para a faculdade), remoía-me com a vontade persistente de deixar meus pensamentos saírem. E fiz isso por que sabia sobre o que ia escrever. Star wars.

Sei que a impressão pode ser a errada. Não sou aficionado no filme, sou aficionado no "universo expandido", que é tudo aquilo sobre star wars que não os filmes de star wars. A filosofia por trás do processo.

As palavras de kenobi ao futuro darth dos sith: "O que você viu não está escrito na pedra. Está apenas dentro de você. Cabe a você escolher". E ele escolheu. Sempre pensei muito em uma coisa. Anakin tinha uma concentração de força muito grande (e por favor nem me lembrem daquela explicação estapafúrdia de a força ser um microorganismo que vimos em "ameça fantasma"). Ele aparentemente foi concebido apenas pela força. Ele era aquele que traria equilíbrio a balança da força. Qual o conceito de equilíbrio usado? Pelo próprio poder de anakin ele nunca poderia trazer equilíbrio enquanto estivesse vivo. Ele traria supremacia de uma visão sobre a outra.

Os jedis não são uma ordem de equilíbrio, são uma ordem de compassividade. O equilíbrio buscado só seria capaz se a força fosse destruída! Não haveria mais descompassos, a força precisava perecer!

Entendem esse conceito? A força, a principal habilidade do jedi, precisava enfraquecer e perecer como instrumento de combate! Ela precisava harmonizar-se com o todo e fazer parte do todo. O ciclo precisava alcançar o final, desde o princípio da força ela apontava para isso, para sua própria destruição. Não foi anakin que falhou com a força, foram os jedis! Não importava a filosofia que se seguisse, sith, jedis, ambos buscavam a mesa coisa, poder. Os objetivos eram diferentes, mas o objeto era o mesmo, entretanto a força precisava caminhar pra sua obliteração, e apenas com a contraposição isso era possível. Apenas aceitando o antagônico como parte! O último arco da série animada mostra bem isso. O teste de espírito de anakin skywalker, mostra que a profecia era sobre darth vader. Assim o fim e florescer estariam completos. E os legados de darth vader iriam concluir esse ciclo muitos anos depois, levando a força ao apogeu e posteriormente a derrocada. Até que o ciclo seguisse invariavelmente para o fim. Sem sith, sem jedis, sem guerreiros da força (nesse sentido os sith são muito mais honestos, posto que tem a certeza do por que precisam da força)

E o que tem tudo isso? Qual é a síndrome da força? É a necessidade do que nos é antagônico? A síndrome da força atormentava os jedis, pois eles precisavam dos sith para equilibrar a força, e os sith precisavam dos jedis para testá-los cada vez mais e aprofundá-los na mesma força. É a necessidade de se completar os ciclos (tanto o de fim, que o ciclo que a força busca, como o de aprofundamento, que o ciclo que nós buscamos). De olhar pra dentro de nós mesmos, compreender nossa profecia, e ter a coragem de mudar se for necessário. Locke (não o de lost) disse que o ser humano é uma távola rasa. Podemos não ter a entidade da força, mas temos nossos meios que nos corrompem ou nos elevam. Ou caminha-se por esse meio quieto, ou busca-se entendê-lo e questioná-lo.

Tudo pode parecer muito sem sentindo, mas quando o dia-a-dia é baseado numa ficção jurídica que chamamos "estado democrático de direito", a outra ficção, dos jedis e dos sith nos ajuda bastante a... pensar, eu acho.


Sabia que ia sair um negócio assim... por isso avisei que ia começar a ver star wars...

"Esses demônios brancos de olhos vermelhos!"



2 comentários:

Lady Sarajevo disse...

é realmente uma síndrome, veio bem a calhar o termo, 'síndrome da força'...
enfim...
mas o que os ratos têm a ver com isso?

:)

thiago hakai-so disse...

Antagonistas, tudo gira em torno deles ... :o)